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Miomas uterinos: especialista alerta sobre diagnóstico e tratamento da doença

A condição é comum entre mulheres na fase reprodutiva e, na maioria das vezes, não apresenta sintomas

Eva Pires*

A miomatose uterina atinge cerca de 70% das mulheres, especialmente na fase reprodutiva, podendo gerar dor, problemas menstruais e até infertilidade. A doença é caracterizada pela formação de miomas, nódulos benignos de músculo liso no útero. O assunto ganhou repercussão na última sexta-feira (21), quando a apresentadora Cariúcha foi internada às pressas, após apresentar fortes dores e sangramento, para a retirada de 17 miomas. A ginecologista Lara Batista da Fonseca, de Belém, alerta que a demora para a cirurgia aumenta os riscos e reduz as chances de preservação do útero. Ela também discute sintomas, diagnósticos, tratamentos e prevenção da condição.

Por ser uma doença estrogênio-dependente, ela terá maior incidência em mulheres durante a vida fértil: após a primeira menstruação, quando os ovários começam a produzir o hormônio estrogênio e, antes da menopausa, quando a produção se encerra. A médica também explica que os tipos de nódulos variam de acordo com a localização deles no útero, podendo ser dentro da cavidade uterina (miomas submucosos), dentro da parede uterina (miomas intramurais) ou na superfície do útero (miomas subserosos).

Sintomas

“Aproximadamente, 70% das mulheres não apresentarem sintomas. Entre as que apresentam, são comuns: cólicas; aumento abdominal; desconforto durante as relações sexuais; anemia severas; compressão de órgãos ao redor do útero, como bexiga e intestino; dificuldade para engravidar ou aborto espontâneo, o que pode causar um impacto muito significativo na qualidade de vida e na saúde física e mental dessas mulheres”, pondera.

Diagnóstico

A miomatose no histórico familiar é um fator de risco a ser considerado. Além disso, mulheres negras ou obesas também têm predisposição à doença, assim como as que apresentam menarca precoce ou menopausa tardia.

O diagnóstico é feito por imagem pelo ultrassom transvaginal. A ressonância magnética pode ser necessária para diagnóstico diferencial e melhor visualização dos componentes da condição, principalmente em caso de planejamento cirúrgico.

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A pastora compartilha como a miomectomia transformou sua vida: "A remoção dos miomas foi essencial para a minha qualidade de vida, pois eles comprimiam minha bexiga e me faziam sentir vontade de urinar constantemente", relembra.

A doença interferia em suas atividades diárias e no seu bem-estar geral. A cirurgia, portanto, proporcionou um alívio significativo, permitindo que ela retomasse suas atividades normais sem o desconforto persistente. ” Hoje não sinto sintomas, apesar de ainda ter alguns pequenos nódulos”, pondera.

Atualmente, Jucineide faz acompanhamento com ginecologista a cada seis meses. Investir em novos hábitos alimentares, como evitar carne vermelha e refrigerantes; tomar suplementos de ácido fólico e ômega 3 e inserir atividades físicas na rotina foram algumas das medidas necessárias que a pastora adotou para garantir a mudança no estilo de vida e evitar o surgimento de novos miomas.

O conselho que ela oferece a outras mulheres diagnosticadas com essa condição é manter a calma e buscar orientações de fontes confiáveis. “Tenha calma, miomas são inofensivos apesar de incomodar. O essencial é fazer o acompanhamento preventivo junto ao ginecologista e não se encher de tantas informações na internet, converse com o seu médico”, conclui.

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