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Coletor traz mais sustentabilidade, liberdade e autoconhecimento para mulheres no período menstrual

Especialista explica sobre a maneira correta e segura de usar o dispositivo que tem revolucionado a saúde íntima feminina

Eva Pires*

A menstruação ainda é um tabu na sociedade, inclusive entre mulheres. Quando se trata de métodos menos convencionais, como o coletor menstrual, as dúvidas e receios podem ser ainda maiores. A ginecologista Sanmari Ferreira, de Belém, orienta sobre o uso correto desse dispositivo, que tem revolucionado a saúde íntima feminina e conquistado cada vez mais adeptas por ser uma opção mais sustentável em comparação aos absorventes descartáveis. Além disso, ele proporciona maior liberdade nas atividades diárias e permite às mulheres conhecer mais sobre o próprio corpo e ciclo menstrual.

O que é o coletor menstrual e como deve ser usado?

O coletor menstrual é um dispositivo de silicone hipoalergênico e antibacteriano, que funciona como um recipiente onde a menstruação fica retida, conforme explica a médica. Para realizar a coleta, ele deve ser inserido na vagina, onde se ajusta por meio de pressão. Ao criar um vácuo contra as paredes vaginais, o dispositivo impede que o sangue escape.

Uma preocupação frequente entre as mulheres é como inserir o coletor menstrual de maneira correta e garantir que ele fique bem posicionado. A ginecologista explica que existem várias técnicas de inserção, todas envolvendo algum tipo de dobradura que permita posicioná-lo próximo ao colo do útero, para que funcione de forma eficaz. Durante a retirada, é importante que o vácuo seja retirado antes do coletor ser puxado para evitar desconfortos. Ela também destaca que a melhor maneira de manuseá-lo pode ser discutida em consulta médica, garantindo que a paciente se sinta mais segura e confortável.

"Os maiores desconfortos que ocorrem pelo uso de dispositivos no canal vaginal estão relacionados principalmente ao tabu da manipulação da região da vulva e da vagina, além do tabu com o contato do sangue menstrual. É algo cultural que estamos mudando gradativamente. É importante que a mulher conheça o próprio corpo para que o uso seja confortável", avalia Sanmari Ferreira.

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A advogada Sophia Jares, 36 anos, de Belém, usa o coletor menstrual desde 2018. Motivada inicialmente por ser uma opção mais sustentável, ela relata que com o passar do tempo, a experiência transformou a forma que ela encara o período menstrual, além de ter proporcionado autoconhecimento.

"Com o uso contínuo acabamos conhecendo nosso período menstrual, a quantidade de sangue e o tempo adequado para que sejam feitos os esvaziamentos e manutenções. Isso me ajuda muito a ajustar minha rotina, principalmente no que faço fora de casa. Também me sinto mais livre no meu ciclo e posso, por exemplo, praticar esportes tranquilamente, por ele não incomodar ou abafar, deixando com que a gente 'respire', e ainda evita infecções", enfatiza.

Ela menciona que teve dificuldade no início para encontrar a maneira correta de inserir o coletor no canal vaginal, mas com o uso contínuo e a prática, esse desafio foi superado. Entre as vantagens, a advogada destaca que o dispositivo não exala um cheiro forte, nem desagradável, o que acontece com absorventes descartáveis pelo contato do sangue com os componentes químicos.

Sophia finaliza encorajando outras mulheres a testarem o método: "O uso do coletor, além de ser benéfico para a saúde da mulher, ainda é uma super forma de autoconhecimento. Testem! Pode parecer difícil e estranho no começo, mas não desistam que melhora! Para mim, coletor é liberdade!".

*(estagiária sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)

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