De que modo você trabalha para promover a economia limpa?
Daniel Pereira,
pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental
“Atuo diretamente com as chamadas abelhas sociais (sem ferrão), destacando a meliponicultura, a atividade zootécnica que objetiva obter renda da relação que as abelhas têm com o meio ambiente. Existe uma relação de dependência tanto das abelhas, que necessitam do pólen e néctar, quanto das plantas, que necessitam dos serviços de polinização para continuar se perpetuando. Além disso, as plantas e a agricultura que produzem alimentos, 30% delas, têm uma dependência direta da polinização, sem falar de produtos como o mel, pólen e própolis, que têm importante relevância na bioeconomia e na geração de renda por seu valor agregado, e, principalmente, pelo impacto também social pelo fato de as abelhas nativas poderem ser criadas por crianças e manejadas por mulheres, e, geralmente, próximo às casas. A população que mais representa o manejo dessas abelhas vem da agricultura familiar. Os pequenos produtores possuem em torno de 20 a 50 colmeias nos quintais de suas casas, abastecendo um mercado cada vez mais ávido pelos produtos das abelhas nativas”.
Luis Carlos,
apicultor, um dos pioneiros entre os cooperados da Coex Carajás
O nosso foco, a nossa luta, é a proteção do jaborandi e a colheita sustentável, com o apoio do ICMBio. Mas, não só do jaborandi, trabalhamos com outras sementes nativas. Eu acredito que hoje estamos entre as maiores cooperativas do Brasil, com esse trabalho com o jaborandi”.
Luciano Costa,
biólogo e pesquisador do Instituto Tecnológico Vale
Eu desenvolvo pesquisa sobre a biologia e a criação das abelhas nativas sem ferrão. O grupo das abelhas sem ferrão é um grupo de importantes polinizadores da floresta amazônica, o que inclui também espécies cultivadas, como o açaí. As abelhas sem ferrão também podem ser utilizadas para a produção de mel, caso da abelha uruçu. A produção de mel da abelha uruçu é uma excelente alternativa para geração de renda em comunidades rurais sem a necessidade de desmatamento, aproveitando a floresta em pé e sendo, portanto, uma alternativa agroecológica e sustentável de geração de renda aqui para a região amazônica”.
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