Economia de baixo custo carbono: o que é?

Miroslawa Luczynski / Especial para O Liberal

É uma economia que pretende reduzir os impactos sobre o meio ambiente, gerando emprego e desenvolvimento. Busca a reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), ampliando a produção e o consumo de energias limpas, atingindo assim, ganhos de eficiência energética e produtiva. 

Neste contexto, a construção da competitividade das empresas em uma economia de baixo carbono se encontra no uso racional dos recursos naturais, na renovação da matriz energética e na circularidade da produção o que faz com que a inovação dos processos produtivos e as soluções tecnológicas capazes de reduzir os impactos sobre o planeta torne-se o objeto da economia de baixo carbono.

No ano de 2016 foi dado um passo importante no âmbito internacional em prol da consolidação da economia de baixo carbono: O Tratado de Paris -  firmado durante a 21ª Conferência das Partes (COP 21) da UNFCCC, em que líderes mundiais definiram o objetivo de reduzir as emissões de GEE para limitar o aquecimento global em 2ºC - países como Austrália, Nova Zelândia e alguns integrantes da União Europeia são protagonistas na transição para uma economia de baixo carbono.

O Brasil é o país detentor de uma grande biodiversidade e reconhecido por gerar a maior parte de sua energia através de fontes renováveis, também possui um papel importante na construção dessa economia e apesar dos obstáculos, construir uma economia em que os impactos sobre o meio ambiente sejam menores é possível, tais como:

1. Tecnologias limpas e energias renováveis: Também chamadas Clean Tech, elas permitem ganhos de eficiência, trocas de combustíveis e, em alguns casos, a substituição completa de processos emissores. Um exemplo na indústria brasileira é o sistemas de automação, sensoriamento e robótica (Indústria 4.0) o qual têm potencial de ganhos de eficiência energética entre 10% e 25% sem demandar elevados investimentos de capital ou alterações de processo;

2. Produção circular: Popularmente chamada de economia circular, o conceito envolve a reutilização de resíduos, de gases e de energia fechando o circuito produtivo na indústria. Aplicar conceitos de produção circular implica em menor consumo de recursos naturais e na maior eficiência dos processos, com consequente redução de custo e dos impactos ambientais;

3. Eficiência no Transporte: É o que mais cresce em emissões no Brasil. O aumento da frota de veículos leves e a demanda logística para o transporte de carga continuarão se expandindo, o que demandará sistemas de transporte mais eficientes. O setor possui tradição rodoviária no Brasil, o que implica em um grande desafio para usos de meios de transporte mais eficientes, como o ferroviário e o aquaviário;

4. Reflorestamento: As florestas são elementos fundamentais na economia de baixo carbono. Atualmente, grande parte das emissões mundiais, e a maior parcela das emissões de GEE do Brasil, tem origem no desmatamento e na degradação das florestas. Além do impacto climático, a perda da cobertura florestal implica em outros danos ao meio ambiente, como a erosão, a redução da biodiversidade, alterações no microclima e nos sistemas hidrológicos. O controle do desmatamento é um desafio importante para a economia de baixo carbono;

5. Valoração do carbono e dos serviços ecossistêmicos: A valoração dos ativos ambientais, como o carbono e a biodiversidade, permite que as empresas considerem estes ativos em sua tomada de decisão. Por exemplo, as empresas que podem avaliar potenciais custos e receitas de carbono associados a um investimento. Diante disso, a transição para uma economia de baixo carbono permitirá a preservação dos sistemas naturais e humanos para as próximas gerações e diferentemente do que muitos pensam, a economia de baixo carbono não trata apenas da preservação do planeta, mas também da criação de oportunidades econômicas para a atuação do setor privado. A tendência de descarbonização das economias é clara e muitos países já se mobilizaram em prol da criação de medidas capazes de reduzir os impactos gerados pelos GEE, incluindo o Brasil.

Miroslawa Luczynski, engenheira sanitarista, mestre em Engenharia Civil na área de Saneamento Ambiental e Infraestrutura Urbana. Professora da faculdade UNINASSAU Belém

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