ONG oferece apoio psicológico a LGBTs de Marabá
Entidade firmou parceria com psicólogos voluntários para realização de atendimento social a pessoas da comunidade
A organização não-governamental (ONG) Viver LGBTQIA+ de Marabá deu início a uma ação que pretende oferecer apoio psicológico gratuito para pessoas da comunidade. “Firmamos parceria com psicólogos para realização uma agenda de atendimentos sociais para pessoas LGBTs de baixa renda ou em situação de vulnerabilidade social na cidade”, explica Vanessa Camelo, socióloga e vice-presidente da ONG. Ela explica que, em menos de 24 horas do lançamento da ação, a entidade recebeu o contato de mais de 30 pessoas interessadas no serviço. Além disso, outros profissionais se sensibilizaram com a mobilização e ofereceram seus serviços voluntariamente para auxiliar na campanha. “Isso só evidencia o quão importante é essa discussão e o quão urgente precisamos olhar para as demandas da nossa comunidade. É sobre autoaceitação e respeito à diversidade, mas também uma política de saúde pública e prevenção ao sofrimento psicológico”, analisa Vanessa.
Jovens da comunidade LGBTQIA+ estão mais propensos a enfrentar transtornos psicológicos do que os heterossexuais/cisgêneros. A conclusão é de uma pesquisa realizada pelo Hospital das Clínicas de Porto Alegre, uma das maiores já realizadas sobre saúde mental dos brasileiros. De acordo com o estudo, que analisa um recorte de cerca de 1.500 indivíduos com média de idade de 18 anos, 33% dos jovens heterossexuais cisgêneros passam por algum tipo de sofrimento psicológico. Já na população LGBTQIA+, esse número chega a 52%. Essa disparidade é ainda mais evidente quando são analisados os transtornos. Ansiedade, por exemplo, é identificada em 15% dos heterossexuais/cisgêneros, mas entre os LGBTQIA+ esse diagnóstico atinge 30% da população. Em relação à depressão, o índice é de 15% para o grupo heterossexual e 27% para os demais.O que a pesquisa demonstra em números é sentida na pele por quem se identifica enquanto pessoa lésbica, gay, bissexual, travesti, não-binária e tantas outras denominações que diferem da heterossexualidade e cisgerenidade.
A psicóloga Kettele Albuquerque é uma das que se ofereceu para auxiliar a ONG na oferta de apoio psicológico. Para ela, é necessário ter sensibilidade para lidar com a saúde mental já fragilizada de um jovem que está se descobrindo LGBT. “Para esse tipo de atendimento, nós precisamos ter profissionais que tenham o mínimo de trabalho com essa pauta. Precisamos tratar como um sofrimento psicológico, fazer essa leitura profunda das questões que permeiam a vivência de um LGBT e entender que tudo fica mais difícil quando você diverge daquilo que a sociedade projetou em você”, explica.
SERVIÇO
A ONG Viver LGBTQIA+ de Marabá ainda está cadastrando pessoas para acessar o serviço. Para se candidatar, basta que o interessado acesse o perfil da ONG no Instagram (@ong_viver_lgbtqiapn), clique no link que está disponível na bio e preencha o formulário. A previsão é que os atendimentos iniciem na segunda quinzena deste mês de agosto.
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