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Marabá: rios sobem e 102 famílias já estão desalojadas

Em boletim, Eletronorte projeta cheia do Rio Tocantins; Rio Itacaiúnas já atinge áreas residenciais

Tay Marquioro

Na manhã desta terça-feira (16), a régua fluviométrica que monitora o nível do Rio Tocantins, em Marabá, sudeste do Estado, atingiu a marca de 9,89 metros acima do que é considerado normal. Já o nível do Rio Itacaiúnas atingiu a marca de 11,72 metros acima do normal. Com essa alta, já há famílias atingidas pela cheia no município. De acordo com a Defesa Civil de Marabá, só de ontem para hoje, 102 famílias estão desalojadas (precisaram se mudar para casa de parentes ou amigos), 416 estão ilhadas pelas águas fluviais e outras quatro estão desabrigadas e precisarão ser levadas para abrigos públicos, construídos pela prefeitura.

O auxiliar de pedreiro Messias Silva mora no bairro Independência e vê com preocupação as águas cada vez mais perto da casa onde vive com a esposa grávida e o filho pequeno. Até os vizinhos já de mudaram por conta da cheia. “Faz dois anos que eu vivo aqui e sempre no início do ano eu preciso mudar para outro local. É difícil porque a cada mudança, estraga nossos móveis, a gente perde muita coisa, mas não dá para ficar aqui com água”, lamenta Messias. Já a aposentada Maria Alves, que mora do bairro Santa Rosa, na ocupação conhecida como Del Cobra, está ficando ilhada. “Hoje mesmo, tinha uma cobra aqui na frente da minha casa. Tive que pedir para o meu filho vir matar. Mas eu não tenho dormido mais, porque qualquer chuva pode fazer a água entra em casa”.

O boletim informativo divulgado diariamente pela Eletronorte, traz projeções da vazão do Rio Tocantins para os próximos dias. Segundo as informações fornecidas pelo monitoramento da empresa, até a próxima sexta-feira (19), o nível do rio deve chegar a 9,96 metros. Aos 10 metros, o número de desabrigados pode chegar à casa dos milhares, em várias áreas do município.

O diretor da Defesa Civil de Marabá, Marcos Andrade, explica que, em 2024, o comportamento das águas foi atípico. “O nível do rio Itacaiúnas, principalmente, né? Por receber vários afluentes, e conseguiu encher muito mais rápido que o Tocantins. E está sendo diferente de outros anos, tendo em vista que, logo no início do mês de abril, a gente já estava com famílias voltando para suas casas. Só nos bairros Filadélfia, Carajás I, II e III, são mais de 4 mil famílias impactadas”, analisa.

Sobre a necessidade de abrigos, Andrade afirma que a Defesa Civil se antecipou e vem se preparando para atender aos desabrigados ao menor sinal de enchente. “Só nesse começo de semana, a gente tirou mais de 100 famílias de áreas alagadas. Mas já tempos dois galpões a disposição, para receber as famílias que não têm para onde ir. Atualmente, nós temos capacidade de construir mais de 100 barracos abrigos em 12 horas”, afirma, ressaltando que os homens da Defesa Civil contam com o apoio do Exército Brasileiro e do Corpo de Bombeiros na retirada de famílias atingidas pelas enchentes.

Marabá