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Bebê morre em maternidade de Marabá; é o sétimo óbito em 2025

Paciente chegou a ser avaliada por um médico, mas, mesmo com queixas de dores e secreção, foi mandada de volta para casa

Tay Marquioro
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A expectativa pelo novo integrante na família deu lugar à dor da perda para Adrielle Silva Escandeia. A paciente estava grávida de oito meses quando procurou o Hospital Materno Infantil (HMI) de Marabá ontem (23), por volta das 7 horas, com quadro de contrações e secreções. A mãe foi avaliada por um médico e, embora o profissional tivesse dito que os batimentos do bebê estavam normais, a enfermeira que acompanhava os exames teria alertado que não estavam. “A enfermeira do lado falou para o médico que o batimento normal é até 120, e o dele só estava 107, mas o médico insistiu que estava normal e mandou Adrielle de volta para casa”, contou a cunhada da paciente, a atendente Nonata Dourado.

Segundo Nonata, aproximadamente duas horas depois, Adrielle retornou ao hospital já com sangramento, mas mesmo assim não teria sido atendida de imediato. “Atenderam primeiro umas três pacientes que já estavam lá, pra só depois chamar a minha cunhada”, conta. No momento do atendimento, o bebê já não tinha batimentos e, na ultrassonografia, já não apresentava mais movimentos.

De acordo com Nonata, a gestante vinha fazendo todo o acompanhamento pré-natal no próprio HMI e estava com os exames em conformidade até o momento em que buscou atendimento. “Eu só consigo pensar em negligência médica, né? Porque se ele tivesse chegado de imediato, tirado a criança e dado um suporte maior para ela de manhã, quando o bebê estava com vida, ele tinha resistido”, avalia a atendente.

Mas os problemas não param por aí. De acordo com Nonata, Adrielle continua internada com quadro de sangramento, dores e febre, sem previsão de alta hospitalar. Na manhã desta sexta-feira (24), a família esteve na Polícia Científica, mas encontrava mais dificuldades para conseguir a liberação do corpo do bebê que já havia passado por necropsia. “O pessoal aqui precisa da certidão de óbito do bebê, mas até agora o hospital não emitiu. Nós já fomos lá, pedimos, mas eles se negam a dar”, denuncia Nonata, contando ainda que já foi registrado boletim de ocorrência na Polícia Civil.

O que diz o Hospital

Em nota, a direção do Hospital Materno Infantil de Marabá afirma que já instaurou uma sindicância para apurar a conduta e já determinou o afastamento dos profissionais envolvidos na avaliação e alta da paciente Adrielle Silva Escandeia. A nota também anuncia que, a partir de agora, “nenhuma gestante será reencaminhada ao seu domicílio, sem antes ter sido submetida a avaliação obstétrica com especialista”.

Sobre o caso da Adrielle, a direção confirma que a paciente procurou o Hospital Materno-Infantil de Marabá (HMI) ontem com queixas de dor no baixo ventre e movimentos fetais presentes. Foi avaliada na triagem do HMI e liberada. Ao retornar ao hospital, recebeu novo atendimento e, nesta nova avaliação, foi detectada alteração do bem-estar fetal, sendo encaminhada com urgência para o centro obstétrico. No entanto, somente no momento da cesárea teria sido detectado que o feto estava sem batimentos cardíacos e que a placenta havia descolado do útero.

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Marabá
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