Aldo Rebelo alerta sobre ataques estrangeiros à Ferrogrão; leia artigo exclusivo
Em artigo publicado em O Liberal deste domingo (8), o ex-ministro dos governos Lula e Dilma revela porque é importante defender via que vai transformar o Pará em um dos maiores corredores exportadores do mundo
A Ferrogão, via de 933 quilômetros que vai ligar o município de Sinop (MT) ao distrito de Miritituba (PA), às margens do rio Tapajós, sudeste do Pará, está no centro de uma polêmica. A obra será fundamental para incluir o Pará entre os grandes corredores exportadores de grãos do planeta, mas o projeto está parado à espera de uma decisão do Supremo Tribunal Federal em ação movida pelo Psol.
A legenda questiona o traçado proposto. Em artigo publicado neste domingo em O Liberal, o ex-ministro dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff (ambos PT), Aldo Rebelo defende a Ferrogrão como “essencial para a redução do custo de transporte da produção agropecuária”, tornando o Brasil mais competitivo e diz porque os ataques ao projeto devem ser vistos com cautela.
Confira a íntegra do artigo:
A Ferrogrão e os desorientados
Por Aldo Rebelo
contato@bonifacionet.br
Circula a notícia de que na segunda quinzena de agosto integrantes de uma autodenominada Internacional Progressista desembarcarão no Brasil com o objetivo de, segundo seus porta-vozes “derrotar e enterrar” a Ferrogrão. A articulação global conta entre seus integrantes com o senador Bernie Sanders, ex-pré-candidato do Partido Democrata às eleições presidenciais dos Estados Unidos, além de outras celebridades norte-americanas e europeias. No Brasil, o movimento tem o apoio de ONGs ligadas às questões indígenas e ambientais e de próceres de setores progressistas e de esquerda. É importante registrar que o anúncio da caravana acontece depois de uma decisão do Supremo Tribunal Federal provocada por ações judiciais do Ministério Público e de um partido político pretensamente de esquerda, interrompendo o processo para a construção da ferrovia.
É de se notar que a campanha contra a Ferrogrão parte dos mesmos grupos que atuaram para inviabilizar a construção da hidrelétrica de Belo Monte e se dedicam a sabotar qualquer iniciativa para dotar a Amazônia da infraestrutura necessária ao seu desenvolvimento e à proteção do meio ambiente.
O caso da Ferrogrão é exemplar porque é um projeto essencial para a redução do custo de transporte da produção agropecuária do centro-oeste para o porto de Miritituba, no Rio Tapajós, no estado do Pará, e daí para o exterior.
A caravana só se explica pela desorientação de agrupamentos progressistas e de esquerda que perderam completamente os laços com os interesses nacionais, com o desenvolvimento nacional e com as necessidades do povo brasileiro. Da mesma forma, a interferência estrangeira nos assuntos internos do Brasil pode ser explicada pela desastrada política externa do governo. Hoje o Brasil é um país sem aliados no mundo, em conflito com o atual governo dos Estados Unidos, nosso mais importante vizinho de hemisfério, em hostilidade permanente contra a China, o nosso mais destacado parceiro e cliente da agropecuária, em arengas desnecessárias com os europeus, para não falar do mal-estar com vizinhos como Argentina, Bolívia, Venezuela e mais recentemente o Peru. Dividido internamente e isolado no mundo, nossa Pátria se converte em presa fácil para a cobiça geopolítica e comercial das aspirações hegemônicas do planeta.
O Brasil e a Amazônia precisam de rumo, de união, de uma agenda voltada para a retomada do desenvolvimento, do crescimento da economia, da redução das desigualdades e da construção da democracia.
O Brasil precisa da Amazônia para voltar a crescer e gerar esperança para a população, principalmente os mais jovens, desenganados com o País. E a Amazônia necessita do apoio do Brasil para proteger o meio ambiente e aproveitar as potencialidades de sua biodiversidade, de sua fronteira agrícola e de sua fronteira mineral, com hidrovias, ferrovias, rodovias, infovias e educação de qualidade para garantir o seu futuro.
* Aldo Rebelo é jornalista, foi presidente da Câmara dos Deputados e ministro de Estado da Defesa, da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Esporte e da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA