Lampião e Maria Bonita: conheça a história dos líderes do cangaço

Uma história de amor em meio a violência do cangaço; conheça a história de Lampião e Maria Bonita

Hannah Franco

Este ano completa 85 anos da morte do casal mais famoso da história do Brasil: Lampião e Maria Bonita. Essa fama não é à toa, já que juntos eles marcaram o movimento do cangaço e se apaixonaram em meio ao banditismo. A memória do casal é celebrada até os dias de hoje. Conheça a história de Lampião e Maria Bonita.

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O que foi o cangaço?

Entre os séculos XIX e XX, surgiu um fenômeno social com homens armados que praticavam o banditismo na região do Nordeste. Conhecido como cangaço, esse movimento social foi uma resposta a pobreza, desigualdade, violência e ausência do Estado.

Os homens armados andavam em grupos para atacar cidades e grandes propriedades, com objetivo de roubar, sequestrar e matar pessoas poderosas, impondo respeito na sociedade, se tornando símbolo de força e honradez.

A vingança era uma das principais motivações de seus atos, por isso causa divergências até hoje, principalmente entre os historiadores. Foram vilões para uns e justiceiros para outros, mas existe um consenso de que Lampião e Maria Bonita são os grandes nomes desse movimento.

Quem foi Lampião?

Ao longo da história do cangaço várias figuras se destacaram, como Antônio Silvino, Cobra Verde, Andorinha e Zabêlê. No entanto, nenhum cangaceiro se tornou tão famoso quanto Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião.

Nascido em Serra Talhada, no estado de Pernambuco, Virgulino entrou no movimento sob a liderança de Sinhô Pereira para se vingar da morte do pai e injustiças à sua família. Após aprender a sobreviver no cangaço, Lampião se tornou líder do grupo de 1922 até 1938. O cangaceiro, diferente dos outros, muitas vezes aceitava dinheiro para não atacar, isso fez sua fama crescer e as pessoas criarem medo e respeito por ele.

Mesmo com receio, algumas pessoas ainda tinham Lampião como um heroí e ajudavam seu bando quando podiam. Foi quando se apaixonou por uma dessas pessoas, que futuramente seria sua companheira no cangaço, conhecida como Maria Bonita.

Quem foi Maria Bonita?

Filha de lavradores humildes, Maria Gomes de Oliveira, conhecida como Maria Bonita, nasceu no município da Glória, na Bahia. Era uma dona de casa comum que casou-se cedo com um primo sapateiro. Em 1929, viu sua vida mudar completamente quando conheceu Lampião.

Bonita e determinada, Maria Bonita logo chamou atenção do cangaceiro, que estava de passagem pelas terras. Deixou sua vida comum para trás quando em 1930 se tornou a primeira mulher do Brasil a entrar no cangaço e, até os dias de hoje, representa a força feminina.

As missões do cangaço se tornaram mais leves após Maria Bonita engravidar de lampião. Em 1932, os cangaceiros teriam sua primeira filha, chamada Expedita Ferreira Nunes.

imageLampião e Maria Bonita viajaram com seu grupo por todas as regiões do nordeste praticando o banditismo. (GESP)

História, morte e legado do casal

Lampião e Maria Bonita viajaram pelo nordeste brasileiro praticando o banditismo e mudaram várias regras no cangaço para ficarem juntos. O casal teve um trágico fim, quando no dia 27 de julho de 1938 em Poço Redondo, no estado de Sergipe, foram emboscados pela polícia.

O casal acampava na Grota de Angicos quando foram surpreendidos pelas autoridades que os assassinaram brutalmente por serem considerados pessoas perigosas e procuradas. 

Lampião e Maria Bonita tiveram suas cabeças decapitadas e expostas em praça pública como prêmios. Após um tempo as cabeças ficaram guardadas no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, mas um projeto de lei em 1965 decretou que as cabeças fossem devidamente enterradas.

A morte dos conhecidos como rei e rainha do cangaço deu início ao fim do movimento. Apesar disso, o cangaço teve um importante papel na construção cultural da região nordeste em cordéis, vestimentas e até músicas. Hoje em dia a história é contada por diferentes pontos de vista, mas sempre destacando a importância do casal mais famoso da história do Brasil.

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