Helder Barbalho apresenta modelo de mercado de carbono paraense na COP 28

Construção do sistema jurisdicional do REDD+ no Pará está em fase final e garantirá a integridade do mercado de carbono no Estado

Ádria Azevedo | Especial para O Liberal
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Nesta segunda-feira (4), o governador Helder Barbalho participou do painel de discussão "Mercado voluntário de carbono", promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), como programação da 28ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 28, que acontece em Dubai.

Durante o evento, Barbalho apresentou o modelo de crédito de carbono paraense, com a construção do sistema jurisdicional do REDD+ do Estado, processo conduzido pela  Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), com a participação de povos indígenas, quilombolas, extrativistas e comunidades tradicionais. 

O REDD+ é um instrumento, desenvolvido pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, para recompensar financeiramente países em desenvolvimento por seus resultados relacionados à recuperação e conservação de suas florestas. O Pará está finalizando a construção de seu sistema REDD+, para garantir a segurança dos créditos de carbono gerados, a partir da redução efetiva do desmatamento. No domingo (3), o governador havia apresentado o modelo a representantes de multinacionais, para atrair os maiores compradores mundiais de crédito de carbono.

"Trata-se, certamente, de uma das mais estratégicas ações para podermos valorizar a floresta viva e permitir que, a partir deste ativo, consigamos frear ainda mais o desmatamento e a pressão sobre a floresta. Asseguraremos que a floresta viva possa valer mais do que ela morta", declarou Helder Barbalho.

O projeto de construção do sistema do Estado é desenvolvido com o apoio da Noruega, que já aportou R$ 23 milhões à iniciativa, que incluirá a Companhia Estadual de Ativos Ambientais. O órgão será responsável pelas transações de créditos de carbono no Estado, comparando emissões de gases do efeito estufa do ano anterior com emissões do ano atual, para calcular os créditos e garantir sua integridade para comercialização.

No sistema paraense, a receita da venda dos créditos jurisdicionais será retornada, em grande parte, para as populações tradicionais. Outra parte retornará para o governo, para financiar políticas públicas ambientais. 

"Temos convicção que essa caminhada até a COP 30 será fundamental para podermos deixar um legado ambiental de transformação da nossa região, que cuide da floresta e das pessoas, e o mercado de carbono é decisivo na conciliação das vocações", finalizou o governador paraense.

Mercado de carbono

Mercado de crédito de carbono é o nome dado ao sistema de compensações de emissão de gases do efeito estufa. Instituições que não atingem suas metas de redução de emissões podem comprar créditos de carbono daqueles que atingiram. Nesse sistema, quem emite menos emissões que o limite fica com créditos, que podem ser vendidos a quem extrapolou esses limites.

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