Golpe milionário no Pará: Entenda como funcionava o esquema que lesou bancos
Empresa fictícia e documentos falsos teriam sido usados para obter empréstimos milionários. Prejuízo estimado pode chegar a R$ 30 milhões
A Operação Apate, deflagrada na manhã desta terça-feira (28) pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com o devido apoio do Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional (GSI), do Ministério Público do Estado do Pará (Mppa), revelou um complexo esquema de fraude que causou um prejuízo que pode chegar a R$ 30 milhões em instituições financeiras. Das perdas totais, R$ 11 milhões já foram confirmados pelas investigações.
O golpe, que envolveu a criação de empresa fictícia e a falsificação de documentos, resultou na prisão de duas pessoas, identificadas como Giseanny Valéria Nascimento da Costa e Diego Almeida Kós Miranda, conforme apurado pela redação integrada do Grupo O Liberal. Já a suposta empresa fictícia trata-se da Atitude Construções e Incorporações LTDA., de nome fantasia Atitude Construções, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 15.747.650/0001-72 e com sede na Avenida Visconde Souza Franco, em Belém.
Entenda como o esquema funcionava:
Empresa fictícia
Os suspeitos criavam uma empresa falsa, geralmente no setor de construção civil, para simular uma operação legítima. A empresa era registrada formalmente, com nome fantasia e estrutura empresarial.
Certidões falsas
Eles falsificavam certidões vintenárias, documentos que atestavam a propriedade de imóveis. Esses documentos eram criados para parecer autênticos, com carimbos e assinaturas falsificadas.
Aparência
Os suspeitos, então, alugavam escritórios luxuosos em prédios comerciais caros. A decoração e infraestrutura desses escritórios eram elaboradas para impressionar e passar uma imagem de riqueza e sucesso.
Empréstimos
Com as certidões falsas, os criminosos solicitavam grandes empréstimos a bancos, oferecendo os imóveis fictícios como garantia.
Tática para impressionar os gerentes
Os gerentes bancários eram convidados a visitar os escritórios de luxo. A aparência de legitimidade e sucesso da empresa impressionava os gerentes, que muitas vezes aprovavam os empréstimos sem uma verificação detalhada dos documentos.
Recebimento
Os bancos, convencidos pela documentação e pela aparência de solidez da empresa, aprovavam e liberavam os empréstimos.
Não pagamento
Quando as parcelas dos empréstimos venciam, os envolvidos não realizavam os pagamentos. A empresa falsa não tinha intenção de quitar as dívidas.
Descoberta
Os bancos só descobriam o golpe ao tentar recuperar o dinheiro emprestado. Ao investigar as garantias, percebiam que os imóveis não existiam ou não pertenciam à empresa, revelando a fraude.
Investigação
Nota da Redação: Sobre a investigação do Ministério Público do Estado do Pará, que culminou na operação Apate, do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) é necessário fazer um registro importante. A família Kós Miranda é grande, com muitos membros respeitados, corretos e radicados no Pará, especialmente na capital, Belém. Os investigados nos supostos delitos são Diego Almeida Kós Miranda, Silvio Kós Burlamaqui de Miranda, Nicole Cotelesse das Costa Kós Miranda, Bruna Almeida Kós Miranda e Yasaman Larissa Lujan Kós Miranda. E os suspeitos são considerados inocentes, até que se prove o contrário, questão que só será elucidada com o julgamento definitivo da pretensão punitiva, a qual ainda encontra-se em fase de investigação.
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