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Muro de escola desaba e aulas continuam sendo ministradas no bairro do Paar

Pais, responsáveis e funcionários temem novos desabamentos

Carolina Mota

Uma parte do muro da EEEF Padre Pietro Gerosa, localizada no bairro do Paar, em Ananindeua, desabou, na última sexta-feira (21), e as aulas continuam sendo ministradas normalmente no local. Pelos relatos enviados à equipe do Eu Repórter, a estrutura aparentava má qualidade há cerca de dois anos.

No dia do evento, vigilantes faziam a segurança do local quando ouviram um estrondo e, ao verificarem o muro caído, avisaram ao corpo docente da escola. Fiés de uma igreja ao lado também presenciaram a situação, segundo apontam as reclamações.

Em denúncias anônimas, funcionários, pais e moradores do entorno temiam a queda do muro, pois o mesmo apresentava rachaduras e até balançava quando chovia, coisas que já haviam sido relatadas à Secretaria de Estado de Educação (Seduc) por meio de ofícios, conforme afirmaram as denúncias.

Atualmente, os responsáveis passaram a se preocupar com os alunos, que são crianças de seis a nove anos, do 1º ao 5º ano do fundamental, devido estarem sendo submetidos a aulas em uma escola onde a estrutura está condenada. Eles também afirmam que o local é suscetível a assaltos, coisa que já ocorreu há alguns meses.

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Uma pessoa, que não quer se identificar na matéria, conta que criminosos invadiram a escola e levaram ar-condicionados de algumas salas, cafeteiras, impressoras e até talheres. "Entraram na escola em um final de semana. Pelo menos as crianças não foram expostas a isso", relembra o denunciante, afirmando que muitos desses materiais foram comprados com dinheiro coletado por funcionários e pais de alunos, já que a escola também carece de itens básicos do dia a dia.

"Festas de escolas, brindes e até merenda são comprados com dinheiro nosso porque criança não aprende só sentado em cadeira, então a gente faz o que pode para que eles tenham uma rotina minimamente digna", completa o denunciante que optou pelo anonimato.

Ainda com base nas denúncias, a escola, como um todo, tem problemas com relação à estrutura institucional, onde as pessoas se deparam com portas quebradas, forros cedidos e, principalmente, aspecto de deterioração dos muros e paredes.

"As aulas continuam em horário normal mesmo com todos esses problemas. Como se tratam de crianças, não entendem a gravidade, mas nós ficamos preocupados. Se roubarem a área com crianças lá? Se alguma coisa cair em cima delas?", questiona o denunciante em anonimato.

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informou que enviou uma uma equipe técnica até o local para fazer o levantamento e construir o muro e que "a reconstrução da escola consta no cronograma de obras". 

Ainda segundo o comunicado, a Secretaria ressaltou que as aulas ocorrem normalmente e que a unidade recebe rondas escolares por meio do programa "Escola Segura''.

O projeto Eu Repórter é uma iniciativa do Grupo Liberal, que busca reforçar a proximidade com os leitores e internautas, incentivando ainda mais o jornalismo colaborativo. Para participar das reportagens e conteúdos, compartilhando histórias, denúncias e sugestões de matérias com a redação de O Liberal, basta acessar o site eureporter.grupoliberal.com ou enviar suas informações para o Whatsapp (91) 98565-7449, onde será iniciada uma conversa diretamente com repórteres da redação. A denúncia pode ser feita de forma anônima.

(Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Camila Moreira, chefe de reportagem de O Liberal)

Eu Repórter