Muro de escola desaba e aulas continuam sendo ministradas no bairro do Paar
Pais, responsáveis e funcionários temem novos desabamentos
Uma parte do muro da EEEF Padre Pietro Gerosa, localizada no bairro do Paar, em Ananindeua, desabou, na última sexta-feira (21), e as aulas continuam sendo ministradas normalmente no local. Pelos relatos enviados à equipe do Eu Repórter, a estrutura aparentava má qualidade há cerca de dois anos.
No dia do evento, vigilantes faziam a segurança do local quando ouviram um estrondo e, ao verificarem o muro caído, avisaram ao corpo docente da escola. Fiés de uma igreja ao lado também presenciaram a situação, segundo apontam as reclamações.
Em denúncias anônimas, funcionários, pais e moradores do entorno temiam a queda do muro, pois o mesmo apresentava rachaduras e até balançava quando chovia, coisas que já haviam sido relatadas à Secretaria de Estado de Educação (Seduc) por meio de ofícios, conforme afirmaram as denúncias.
Atualmente, os responsáveis passaram a se preocupar com os alunos, que são crianças de seis a nove anos, do 1º ao 5º ano do fundamental, devido estarem sendo submetidos a aulas em uma escola onde a estrutura está condenada. Eles também afirmam que o local é suscetível a assaltos, coisa que já ocorreu há alguns meses.
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Uma pessoa, que não quer se identificar na matéria, conta que criminosos invadiram a escola e levaram ar-condicionados de algumas salas, cafeteiras, impressoras e até talheres. "Entraram na escola em um final de semana. Pelo menos as crianças não foram expostas a isso", relembra o denunciante, afirmando que muitos desses materiais foram comprados com dinheiro coletado por funcionários e pais de alunos, já que a escola também carece de itens básicos do dia a dia.
"Festas de escolas, brindes e até merenda são comprados com dinheiro nosso porque criança não aprende só sentado em cadeira, então a gente faz o que pode para que eles tenham uma rotina minimamente digna", completa o denunciante que optou pelo anonimato.
Ainda com base nas denúncias, a escola, como um todo, tem problemas com relação à estrutura institucional, onde as pessoas se deparam com portas quebradas, forros cedidos e, principalmente, aspecto de deterioração dos muros e paredes.
"As aulas continuam em horário normal mesmo com todos esses problemas. Como se tratam de crianças, não entendem a gravidade, mas nós ficamos preocupados. Se roubarem a área com crianças lá? Se alguma coisa cair em cima delas?", questiona o denunciante em anonimato.
Em nota, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informou que enviou uma uma equipe técnica até o local para fazer o levantamento e construir o muro e que "a reconstrução da escola consta no cronograma de obras".
Ainda segundo o comunicado, a Secretaria ressaltou que as aulas ocorrem normalmente e que a unidade recebe rondas escolares por meio do programa "Escola Segura''.
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(Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Camila Moreira, chefe de reportagem de O Liberal)