Moradores denunciam oficina de contêineres com suposto funcionamento ilegal
Forte cheiro de produtos químicos tem afetado a saúde de quem mora nas proximidades do local, no bairro do Umarizal
Uma oficina de manutenção e reparo de contêineres tem deixado os moradores do bairro do Umarizal, em Belém, bastante incomodados. De acordo com quem reside na localidade, que fica na Av. Senador Lemos, a oficina faz uso frequente de produtos químicos que estão afetando diretamente a saúde das pessoas que vivem ao redor do estabelecimento.
Segundo denúncia anônima, feita à redação do Jornal O Liberal por meio do projeto Eu Repórter, há cerca de dois meses uma oficina foi instalada em um antigo estacionamento onde começaram com os trabalhos de manutenção, causando, primeiramente, incômodo sonoro pelo uso de ferramentas o dia inteiro, como serras elétricas, marretas e furadeiras.
Com o avanço do trabalho na oficina, o problema se tornou um risco à saúde devido a grande quantidade de uso de materiais químicos - como solventes e tintas - causando dores de cabeça e problemas respiratórios por conta do forte cheiro dos produtos.
"Minha mãe passou mal. Tivemos que passar um tempo no hospital. Eu sofro com problemas respiratórios por conta de alergia e o forte cheiro dos produtos dificultam até na hora de falar", diz o denunciante.
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Ainda de acordo com informações, as casas próximas ao local precisam ficar o dia todo com as portas e janelas fechadas com o intuito de amenizar a situação.
O delator informou que três denúncias foram protocoladas na Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Dema), entre os meses de julho a agosto, a mais recente feita na última terça-feira (16), além de um abaixo-assinado com 25 assinaturas de moradores. Até o momento, porém, não foi tomada nenhuma providência a respeito do caso.
Em uma das denúncias feitas ao órgão competente, um funcionário da Dema informou aos moradores que seria realizada uma vistoria no local para apurar os fatos. O leitor que procurou O Liberal, porém, afirma a vistoria foi feita apenas na entrada do local, registrando a fachada e agendando uma nova visita, que nunca ocorreu.
O delegado que registrou o ocorrido teria expedido uma intimação ao dono do imóvel, o advogado Rodrigo Pojucan de Souza Tavares, para que ele pudesse prestar esclarecimentos, mas o convocado não compareceu no dia marcado por motivos de saúde.
Entretanto, moradores admitem que o advogado não tem responsabilidade com o fato e sim, o filho dele, que não teve sua identidade fornecida.
No documento anexado na denúncia, consta o nome do advogado como proprietário do imóvel onde a oficina opera. O advogado possui o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) de uma empresa vinculado ao nome dele, chamada GN Container.
A reportagem entrou em contato com o número fornecido no registro do CNPJ, por meio de mensagem, e a pessoa que respondeu informou que não conhece a empresa e não sabe o motivo do telefone estar vinculado à companhia.
Uma nota também foi solicitada à Dema pedindo esclarecimentos a respeito da situação dos moradores, mas o órgão não retornou o contato até o fechamento da matéria.
O projeto Eu Repórter é uma iniciativa que busca reforçar a proximidade com os leitores e internautas, incentivando ainda mais o jornalismo colaborativo. Para participar das reportagens e conteúdos, compartilhando histórias, denúncias e sugestões de matérias com a redação de O Liberal, basta acessar o site https://eureporter.grupoliberal.com/ ou enviar para o Whatsapp (91) 98565-7449, onde será iniciada uma conversa diretamente com repórteres da redação. A denúncia pode ser feita de forma anônima.
(Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Eduardo Laviano).
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