Como os tipos de extração de madeira impactam no meio ambiente?
A retirada da matéria prima de forma sustentável traz benefícios para o meio ambiente o setor
A madeira é a matéria-prima de muitos móveis e objetos utilizados no cotidiano, mas já parou para pensar como a sua retirada é feita? Existem dois tipos, a madeira legal ou sustentável e a ilegal. Murilo Araújo, diretor da Associação da Cadeia Produtiva Florestal da Amazônia (Unifloresta), explica a diferença entre as extrações, os impactos e os benefícios da retirada de forma legal.
Ele detalha que a madeira sustentável tem uma previsão legal de colheita e depende de um processo de licença rigoroso por meio de um órgão ambiental competente. O diretor pontua o processo. “O licenciamento exige um projeto de manejo ou de supressão confeccionado por um responsável técnico da área de engenharia florestal. A análise do projeto leva em consideração vários fatores e documentos”.
Murilo exemplifica alguns documentos necessários como registros da propriedade, cadastro ambiental rural (CAR), ausência de embargos ou passivos ambientais. Ainda de acordo com ele, a colheita florestal de madeira legal nos Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) também requer uma série de exigências com destaque para a proibição de colheita em período de chuvas; vedação de árvores que estejam ameaçadas de extinção e outros requisitos como ele detalha.
“A madeira legal exige uma autorização ambiental que limita as espécies e volume a serem coletados para comercialização, dando-se prazo de validade para esta colheita. Exige-se, ainda, um documento oficial que acompanha toda a trajetória da madeira, desde da origem, passando pela indústria, até o consumidor final, que a depender da competência pode ser o DOF (documento de origem florestal) ou GF (guia florestal).”
O diretor ainda esclarece que a madeira legal não causa desmatamento e a atividade feita de modo sustentável é responsável pela base econômica de toda a cadeia produtiva, que inclui os profissionais de agronomia, engenharia ambiental, florestal, entre outros.
Já a extração de madeira feita de forma ilegal compromete todo o setor produtivo e não respeita leis, técnicas, períodos de defeso e árvores em extinção e gera vários impactos ambientais. “Assoalhamentos de nascentes; extinção de espécies ameaçadas; degradação de áreas; destruição de outras árvores, quando são extraídas sem técnicas; aumento de carbono na atmosfera, pois estragam toras, que com a decomposição soltam carbono armazenados; uso de mão de obras escravas; patrocínio de agentes corruptos e outros crimes afins, não paga impostos e não geração de empregos formais, esses são alguns dos malefícios como Murilo explica.
Além de impactos no meio ambiente, a ação feita de modo ilegal também gera consequências graves para os agentes e que estão previstas na Constituição a partir das legislações federais como a Lei de Crimes Ambientais (Lei Nº 9.605/98 e o Decreto Lei 6.514/08.
Assim como a extração sustentável também favorece todos do setor produtivo como apresenta o diretor. “A origem da madeira legal e sua colheita condicionam seus proprietários, beneficiários ou concessionários a um termo de ajuste de conduta para preservar a floresta, as APPs, proteger de queimadas, obedecer ditames legais, proteger de invasões, de garimpos legais e ilegais, garantindo uma floresta vitalícia para futuras gerações em face do ciclo de colheita imposto”. E ainda beneficia os consumidores finais com um produto que contribui para a sustentabilidade.
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