Empresa de Santarém investe em negócio com foco em insumos da floresta amazônica
Negócio oferece 15 sabores de geleias, divididos nas linhas colheita, Amazônia e picante, além de conservas, licores e cafés
Proteger os recursos naturais para a atual e as futuras gerações é a missão de muitas empresas que têm a responsabilidade socioambiental em sua rotina. Foi assim que surgiu a Deveras Amazônia, um negócio que valoriza os insumos oriundos da floresta e exalta a história das comunidades amazônicas, gerando renda para as comunidades.
Desde 2018, quando a empresa surgiu, já foram criados vários produtos para o mercado. Há 15 sabores de geleias, divididos nas linhas “colheita”, que inclui os melhores frutos da época; Amazônia, que são receitas tradicionais do Pará; e picante, feitas com pimenta indígena assîssî dos waiwai. Também existem três sabores de conservas e cinco de licores, além dos desidratados, que são café de açaí e cupulate. O grupo ainda desenvolve dois produtos – geleia e conserva de vitória-régia – com a comunitária Dulce Oliveira, do Canal do Jari, na região de Alter do Chão, em Santarém, que tem uma plantação sustentável de vitória-régia, típica da Amazônia. Os pontos de vendas são em Santarém, mas os produtos são enviados para todo o Brasil e há parceiros de revenda em São Paulo e Rio de Janeiro.
De acordo com a CEO da Deveras, Valéria Mourão, desde o início da criação a parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae no Pará foi buscada, para obtenção de conhecimento e regularização do bionegócio. Foram realizados cursos de capacitação, mentoria, assistência na criação de catálogo e melhoramento das mídias sociais, tudo para ganhar visibilidade, principalmente durante a pandemia. Com o apoio da instituição, a Deveras também participou de eventos dentro e fora da região, como no Fórum Mundial de Bioeconomia.
O gerente da instituição no Baixo Amazonas, Michel Martins, diz que a bioeconomia é muito forte em toda a Amazônia. Na região em questão, é um dos segmentos prioritários para o Sebrae, motivo pelo qual têm sido constantes as iniciativas que busquem apoiar, incentivar e aprimorar projetos que empreendem com foco na sustentabilidade e biodiversidade, segundo ele. “É grande a contribuição das empresas que se preocupam com a sustentabilidade para o meio ambiente, motivo que, por si só, já justifica o apoio do Sebrae a esses empreendimentos. Além de garantirem o futuro da floresta, muitos são negócios que geram renda e emprego, chancelando assim a necessidade de apoio e dedicação cada vez maiores”, afirma.
Ao longo desses anos, o Sebrae também contribuiu em outros pontos para a melhoria da empresa: gestão do negócio, melhoria de embalagem, internacionalização e, recentemente, presença digital e posicionamento da marca, onde resultou, inclusive, na inserção em novo canal de vendas, Magazine Luiza, iFood e Delivery do Bem, que alinhado às estratégias de presença digital foi decisivo na sustentabilidade da empresa no período mais severo da pandemia.
Sustentabilidade
O negócio foi criado por três pós-doutores da Amazônia - Valéria Mourão (Doutora em Biotecnologia), Cláudio Monteiro (Doutor em Ecologia) e Rosa Mourão (Doutora em Ciências Biológicas) - e atua em comunhão com a floresta e envolve ciência e tradição em seus preparos. Os pesquisadores da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), que ao longo dos anos estudaram plantas, frutas e ervas da região amazônica, por meio do conhecimento tradicional, perceberam que muitas comunidades têm uma enorme diversidade de frutas, mas que não conseguiam transformá-las em produto final. Além disso, existem poucos estudos científicos sobre as frutas e ervas da Amazônia.
Valéria diz que a empresa tenta gerar o menor impacto negativo possível, revendo ações em questões socioambientais relacionadas com descartes de resíduos, reciclagem e compostagem, além de haver a pretensão de fazer uso eficiente da água e utilização de energia renovável. Outra forma encontrada pela Deveras Amazônia de ajudar a comunidade ao redor é mantendo parceria com aproximadamente 80 produtores locais, em sua maioria mulheres de associações, cooperativas ou iniciativas individuais. Todas são comunidades carentes que veem na renda gerada pela venda dos insumos uma pequena melhoria na qualidade de vida destes comunitários.
Todos os itens são elaborados pela empresa em parceria com comunidades e a universidade. A intenção do projeto para o futuro é promover a descoberta de produtos não convencionais que ainda não tenham tanta evidência de mercado, mas que são oriundos do saber tradicional e mantêm a floresta em pé. O projeto se encontra na fase de produto já testado e está sendo comercializado.
Para saber mais sobre o apoio que o Sebrae no Pará presta aos empreendedores, clique aqui.
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