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Protagonismo feminino negro precisa alcançar mais espaços de decisão e de poder

Mesmo com avanços, falta de representatividade também é vista também nos espaços de saber

Ize Sena | Especial para O Liberal

O Censo Demográfico 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em outubro deste ano, revelou que a população brasileira é formada, em sua maioria, por mulheres.

O país tem uma população residente de 203.080.756 habitantes. Deste total, 104,5 milhões (51,5%) são mulheres, enquanto que 48,5% são homens.

Os números, no entanto, não são animadores quando o assunto é a representatividade feminina em alguns espaços, como na política. Quando esse recorte é sobre mulheres negras, os dados são até mais difíceis de serem encontrados.

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Essa falta de representatividade é vista também nos espaços de saber. Por isso, a professora da Universidade do Estado do Pará (Uepa) Creusa Santos acredita na “urgente reparação histórica por igualdade racial, na perspectiva de eliminar o racismo estruturante que causa a invisibilidade das mulheres pretas brasileiras”.

Ao entrar em sala de aula, todos os dias, ela resiste. “Nós, mulheres pretas e pardas do Brasil, ainda sofremos com o racismo e o preconceito. Isto é visível nos espaço acadêmicos das universidades, nos quais somos minoria ou nem existimos nos espaços de decisão e poder. Aliás, nas universidades, muitas vezes, somos invisibilizadas também pelo racismo estrutural”, afirma.

Para a professora, que se apresenta como “mulher preta, gorda, intelectual e militante social”, o protagonismo da mulher negra será efetivo quando houver participação nos processos construtivos. E ela aponta um caminho: “tudo começa na educação infantil, se ensinarmos as crianças a linguagem antirracista no futuro teremos contribuído sobremaneira para uma sociedade equânime, etnicamente respeitosa e igualitária”.

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