Prefeitura de Belém investe R$ 26 milhões em reforma e restauração do Palácio Antônio Lemos

Espaço recebe reforma completa em toda a sua estrutura

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Preservar a história e memória de Belém são os principais objetivos da obra de reforma e restauração do Palácio Antônio Lemos, em frente à Praça D. Pedro II, na Cidade Velha. A ordem de serviço para começo da obra, no valor de R$ 26 milhões, foi assinada em junho deste ano pelo prefeito da cidade, Edmilson Rodrigues, e pelo secretário municipal de Urbanismo, Deivison Alves. As obras estão 30% concluídas. A previsão de entrega do prédio à população da cidade é de 18 meses.

image O prédio recebe reforma geral, incluindo piso, forro e paredes (Marcos Barbosa / Agência Belém)

A obra de pintura externa do prédio, restauração do telhado e todo o teto do Palácio Antônio Lemos ocorreu em 2021, ainda na atual gestão. Agora, o espaço recebe reforma total nos pisos, forro, parede, rodapés, pintura, instalações hidráulicas, hidrossanitárias e de combate a incêndio, além de montagem do elevador comercial.

image O prefeito Edmilson Rodrigues acompanhou de perto os detalhes da revitalização (Marcos Barbosa / Agência Belém)

Em uma tarde recente, o prefeito Edmilson Rodrigues visitou o prédio histórico, para acompanhar o avanço dos serviços. Ele observou como o trabalho realizado é minucioso. “É um serviço delicado, pois temos aqui uma joia da arquitetura mundial. Cada peça retirada tem que ser catalogada e isso exige conhecimento técnico", explicou o prefeito. 

Ele ressaltou, ainda, que todos os problemas de estrutura e telhados serão resolvidos. O auditório, que comporta mais de 200 pessoas, também está sendo reforçado, e que não é uma mera reforma, mas uma restauração completa.

"É uma obra que tem previsão para ser entregue em dezembro de 2023. O prédio está sendo todo recuperado, inclusive o acervo que ele possui. Já estamos com 30% da obra concluída", destacou o secretário municipal de Urbanismo, Deivison Alves.

Obra neoclássica

O Palácio Antônio Lemos, também conhecido como “Palacete Azul”, foi projetado em 1860 por José da Gama Abreu, em estilo neoclássico tardio. Em 1883 recebeu modificações pelo arquiteto italiano Antônio Landi.

Em 1911, o então intendente Antônio Lemos acrescentou revestimentos, móveis e objetos conforme a moda europeia, assinados por mestres como Capranesi, De Angelis e Teodoro Braga. “O que torna o palácio uma verdadeira joia da arquitetura do centro histórico de Belém, o que justifica toda intervenção ser muito bem planejada e executada para garantir a preservação de cada importante detalhe”, reitera o prefeito.

No interior do Palácio Antônio Lemos, onde funciona o Museu de Artes de Belém (Mabe), lustres em cristal do final do século XIX convivem com pisos confeccionados em madeiras nobres (pau amarelo e acapu), que formam belos mosaicos. Restaurá-los é um trabalho tão necessário quanto complexo, segundo o museólogo e antropólogo, Emanoel Fernandes de Oliveira Júnior, diretor do Mabe.

“Esse trabalho requer a atuação de uma equipe multidisciplinar formada por diferentes profissionais como engenheiros, arquitetos, conservadores, museólogos, responsáveis por estabelecer a metodologia mais adequada para a preservação de cada um dos itens, cujas origens e materiais distintos os tornam únicos e, portanto, insubstituíveis”, explicou Emanoel. 

Diante da complexidade e importância dessa obra de restauro e reforma, a Seurb designou especialistas da diretoria de Obras Civis e Planejamento Urbano e Patrimônio Histórico para acompanhar e fiscalizar a equipe de profissionais envolvida na missão de restaurar o Antônio Lemos.

“Esse momento da obra é muito importante, tudo tem que ser minuciosamente estudado e planejado. O piso, por exemplo, estamos fazendo o mapeamento completo antes de iniciarmos a recomposição e a restauração de todo o madeiramento”, reforçou a arquiteta, Débora Leite, coordenadora de Patrimônio Histórico da Seurb.

Ainda segundo ela, o mesmo procedimento é feito com os lustres, que são estudados antes da retirada e depois é desmontado, catalogado e armazenado em contêineres próprios, lacrados com um selo da Prefeitura/Seurb. Após obra concluída, serão colocados de volta ao teto do prédio.

Deivison Alves ressaltou que exigiu rigor à empresa que ganhou a licitação para contratação de profissionais especialistas e com competência reconhecida em restauração do patrimônio histórico.

"Devolver o Palácio Antônio Lemos completamente restaurado para o povo de Belém é um compromisso do prefeito Edmilson Rodrigues. Nós não estamos medindo esforços para isso. Belém e sua gente merecem ter de volta essa joia histórica da arquitetura, abrigando o nosso Museu de Artes e sendo também a sede da nossa Prefeitura”, afirmou.

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