Pacto Pró-Equidade do TCE-PA leva informações sobre letramento racial aos servidores da Funtelpa
Apresentação do Pacto ocorreu na última quinta-feira (24), na sede da TV Cultura
Aproximadamente cem profissionais de comunicação e colaboradores da Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa) prestigiaram a apresentação do Projeto Letramento Racial, da Universidade Federal do Pará (UFPA), na última quinta-feira (24), na sede da organização que congrega a TV, Rádio e Portal Cultura, em Belém. A ação integra o Pacto Interinstitucional Pró-Equidade Racial, uma iniciativa do Tribunal de Contas do Estado do Pará (TCE-PA).
A Secretaria da Escola de Contas Alberto Veloso (Ecav) é a unidade do TCE-PA responsável pelo Pacto Interinstitucional Pró-Equidade Racial, que atualmente conta com 56 instituições signatárias ao projeto de enfrentamento ao racismo. O projeto foi apresentado pelas professoras Sandra Lurine e Zélia Amador.
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Sandra Lurine iniciou o diálogo abordando os aspectos das raízes históricas do racismo no Brasil, os conceitos de raça, de racismo e de discriminação racial, a relação entre racismo e saúde mental, a relação com o mercado de trabalho, a violência e segurança pública, a violência contra a mulher negra, o racismo ambiental e recreativo, a Lei do Estatuto da Igualdade Racial e, por fim, a importância da educação antirracista e do letramento racial.
Antirracismo
"Não basta ter o conhecimento, o antirracismo se dá na prática. Antirracismo é sinônimo de ação", enfatizou Lurine.
Em sua apresentação, Zélia Amador destacou que "onde quer que exista o racismo, as lutas estão presentes". Abordou a importância histórica da convenção sobre a eliminação de todas das formas de discriminação racial, adotada pelas Nações Unidas em 21 de dezembro de 1965, e ratificada pelo Brasil em 27 de março de 1968, e a relevância do papel dos comunicadores na luta antirracista.
"Quando se falava em racismo no Brasil, as pessoas pesavam que só havia nos Estados Unidos ou na África do Sul, pois se pensava como base do racismo a segregação. O Brasil nunca precisou de uma legislação que impusesse segregação, pois já é naturalizada desde sempre e nossos olhos se acostumaram. É muito importante estar aqui hoje, pois o racismo linguístico para quem trabalha com comunicação é essencial", explicou.
Em seguida, a chefe da Assessoria de Cerimonial e Relações Institucionais, Dione Guimarães; e a chefe da Assessoria de Comunicação e Relações Públicas, Mara Barcellos, do TCE-PA, apresentaram ao público a página do hotsite do Pacto Interinstitucional Pró-Equidade Racial, no portal do Tribunal, onde podem ser acessadas todas as informações sobre a iniciativa como o Manual de Boas Práticas Pró-Equidade Racial.
"Agradeço por esta oportunidade às professoras Zélia e Sandra, e ao Tribunal. A Funtelpa já faz parte do Pacto e nós, como comunicadores, eu, como presidente, quem faz a pauta, quem apresenta o programa, podemos trabalhar muito mais pelo letramento racial. A Funtelpa está à disposição", afirmou Miro Sanova, que preside a Fundação. "Dar visibilidade ao letramento racial, empoderar as pessoas negras e combater o racismo institucional. Numa emissora pública de comunicação, falar de letramento racial é dar voz para intelectuais de periferia, para professores universitários negros, criar protocolos de edição e editoria racializados", pontuou Fabrício Rocha, apresentador e produtor de rádio.
Como signatária do Pacto Pró-Equidade Racial do TCE-PA, a Fundação já inicia sua atuação interna. "Temos um grupo de trabalho especial destinado ao letramento racial, e cada veículo que compõe a Fundação está designado a desenvolver políticas públicas e produtos internos sobre o tema", informou Vanessa Vasconcelos, diretora de comunicação comunitária e cidadania da Funtelpa.
Também estavam presentes Marcelo Mendes (diretor da TV Cultura), Ricardo Kzan (diretor da Rádio Cultura) e Larissa Diniz (coordenadora do portal Cultura). Participaram da apresentação o secretário da Ecav em exercício, André Araújo Vieira, e as servidoras Renise Xavier e Jozileide Fleury.