Cacau paraense avança com mais qualificação para produtores rurais
Com produção de cacau em alta, projetos buscam agregar mais valor às amêndoas do Pará
O crescimento da cacauicultura no estado fez o Pará despontar como o maior produtor de cacau no Brasil nos últimos dois anos. O balanço mais recente divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que foram mais de 144,2 mil toneladas produzidas em uma área de 149,7 mil hectares.
Os dados evidenciam a importância que o segmento tem para o agronegócio, ao mesmo tempo que indicam o surgimento de várias oportunidades para o desenvolvimento econômico do estado. Para isso, a cacauicultura paraense aposta em investimentos que beneficiam o trabalho do produtor rural e devem impactar diretamente nas lavouras e na geração de renda.
Nesse sentido, dois pontos são estratégicos para o setor produtivo: a promoção da assistência técnica e a verticalização da produção. A Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) desenvolvem ações que contribuem para esse cenário.
De acordo com Dacio Carvalho, gerente da Assistência Técnica e Gerencial do Sistema Faepa/Senar, esse trabalho dá maior segurança aos produtores, que podem fazer investimentos e intervenções melhor planejados, resultando em maior produção e mais renda. “Antes do ATeG os produtores não tinham controle gerencial da propriedade, atualmente são contabilizadas as receitas e despesas da atividade, para saberem como está a vida financeira do seu negócio, avaliar a relação custo-benefício e a ação que vem a ser adotada na propriedade”, explica.
Mais de 1.500 produtores rurais já foram atendidos pelo ATeG Mais Cacau que está presente nos municípios de Altamira, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará, Placas, Baião, Cametá, Igarapé-Miri, Mocajuba, São Domingos do Araguaia, Ourilândia do Norte, Tucumã, São Félix do Xingu, Novo Repartimento, Pacajá, Anapú, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu.
“Os produtores estão bastante entusiasmados e satisfeitos com os atendimentos recebidos pela equipe técnica do Senar/PA, relatam que precisavam desse apoio técnico para continuar na atividade e reduzir as perdas decorrentes principalmente de pragas e doenças”, destaca Dacio Carvalho.
Outra ação que vai refletir em mais avanço para a cacauicultura paraense é a Escola-Indústria do Chocolate, um projeto inovador que visa agregar valor ao cultivo do cacau e incentivar o investimento em amêndoas de qualidade para produção de chocolates finos.
Goreti Gomes, presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Cacau e coordenadora de projetos especiais do Sistema Faepa/Senar, destaca que “a Escola-Indústria tem como foco ser um elo entre os produtores e o mercado, auxiliando no fortalecimento da cadeia. O objetivo é promover a origem de cacau paraense, comprovando de forma técnica a identidade deste produto tão singular e auxiliando os produtores das diversas regiões do estado na qualificação e agregação de valor ao produto”.
A iniciativa é executada pela Faepa e o Senar em parceria com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e o Governo do Estado do Pará, através da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e do Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura do Pará (Funcacau). Atualmente, o projeto possui quatro unidades que funcionam nos municípios de Altamira, Igarapé-Miri, Medicilândia e Castanhal.
Além disso, uma nova Escola-Indústria será instalada em Tomé-Açu e os demais municípios podem ser atendidos por uma unidade móvel que conta com todos os equipamentos das escolas físicas, bem como com as palestras técnicas que ajudam no manejo do cacau ao chocolate.
“Para o Sistema Faepa/Senar, a iniciativa não somente aproxima os alunos do conhecimento, mas como também dá aos produtores rurais a chance de empreender produzindo chocolates artesanais em fabricação bean to bar (da amêndoa à barra)”, finaliza Goreti Gomes.
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