Crise hídrica faz Brasil repensar novas formas de geração de energia

Alta no preço da energia motiva setor energético e autoridades a discutirem liberação do Mercado Livre de Energia para consumidor cativo

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O esvaziamento dos reservatórios das hidrelétricas tem resultado no aumento das tarifas dos consumidores de energia elétrica. O chamado “período seco” ocorre todos anos, entre maio e outubro, porém, nos últimos anos os reservatórios não estão se recuperando de maneira satisfatória nos demais meses para atravessar o referido período seco com segurança, e a situação se agravou em 2021.

O efeito imediato é sentido nas chamadas Bandeiras Tarifárias, pagas pelos consumidores cativos, ou seja, aqueles atendidos pela distribuidora de energia local. Todo este cenário tem feito muita gente repensar sua forma de consumir energia, para além de hábitos diários de redução de consumo, principalmente pequenos e médios empresários. Muitos têm buscado alternativa mais barata no Mercado Livre de Energia.

Os consumidores livres, como são chamados, não pagam as referidas bandeiras. O diretor comercial da Elétron Energy, José Ricardo Meirelles, explica como funciona a relação. “O consumidor livre só será penalizado com preços elevados no custo de energia elétrica caso não possua contratos de energia previamente acordados com os potenciais fornecedores, ou seja, o consumidor livre consegue se proteger dos preços elevados da energia elétrica naquele momento caso tenha feito uma boa gestão de compra do insumo”.

O Brasil corre risco de apagão?

O termo “apagão”, utilizado de forma coloquial em momentos de crise energética, evidenciou-se em 2001, quando o Brasil enfrentou uma situação parecida com o contexto atual, com escassez de chuva em diversos períodos, o que resultou no racionamento de energia decretado pelo Governo Federal com o objetivo de reduzir o consumo de energia no País.

A medida foi inevitável, já que naquele momento não se tinha como atender a demanda total de energia com a capacidade de geração instalada no Brasil. Naquela altura, a geração de energia hidrelétrica no parque gerador brasileiro representava algo em torno de 85% (hoje é algo em torno de 60%) o que tornava a dependência pela chuva ainda mais relevante.

Mas a palavra apagão também pode se referir a uma situação ainda mais perigosa, onde o volume dos reservatórios acabe atingindo níveis tão críticos que a única medida a ser tomada para evitar danos maiores seriam interrupções temporárias no fornecimento de energia em determinadas regiões do País. Isso seria uma situação extrema, na qual medidas como essas teriam de ser tomadas para evitar um dano maior ao Sistema Interligado de Energia do país.

Novas formas de geração de energia

A busca pela expansão das fontes limpas de energia é uma tendência mundial e pode ser vista no Brasil com o crescimento das fontes Eólica e Solar. Estas, somadas à geração hidrelétrica, tornam o Brasil um dos países com matriz energética mais limpa do mundo.

Apesar do fator sustentabilidade, a falta de previsibilidade dos insumos dessas fontes (vento, sol e chuva) limitam a representatividade das mesmas dentro de uma matriz energética. “O Brasil está passando por essa crise energética, principalmente devido à falta chuvas, o que por sua vez não é o único motivo da referida crise, no entanto, a única forma de reduzirmos o risco de crises energéticas como essa é através de planejamento e ação no que se refere à geração, transmissão e distribuição de energia”, comenta Meirelles.

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Crescimento de energia solar e eólica no Brasil fazem o País ter uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo(Divulgação Elétron Energy)

Segundo o diretor da Elétron, é fundamental que o País tenha matriz energética diversificada e com um peso relevante para formas de geração, onde não se tenha tanta dependência de fatores climáticos, tais como usinas térmicas e nucleares.

“Uma forma rápida e eficaz que poderia ser utilizada para minimizar os impactos da atual crise energética no País seria utilizando-se a lógica econômica/financeira através do mercado livre de energia. Por exemplo, uma indústria que possa parar de produzir temporariamente utilizando os seus estoques para atender o consumidor, poderia vender a sua energia já contratada no Mercado Livre para um outro consumidor. Isso feito em larga escala, tem um grande potencial de redução temporária do consumo de energia no País como um todo”, explica o diretor.

Isto já é possível de ser feito entre os consumidores que se encontram no Mercado Livre, no entanto, a maior parte do consumo de energia no país ainda se encontra no mercado cativo, que não pode realizar esse tipo de negociação. Pensando nisso, Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) apresentou ao Governo Federal uma proposta de liberação temporária de todos os consumidores cativos para o ambiente livre, com o objetivo de utilizar mecanismos econômicos/financeiros para contribuir para a superação da atual crise energética no País.

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