Armazenamento de eletricidade em baterias BESS é tendência economicamente viável
Solução permite que empresas e indústrias cumpram agenda ambiental, social e de governança com redução de pegada de carbono
A geração de energia é um aspecto em voga quando se fala em sustentabilidade. O estímulo à produção e ao consumo a partir de fontes renováveis, como a solar, a eólica e a hidrelétrica são importantes, porém a inovação nas formas de armazenamento também é crucial para o desenvolvimento de sistemas mais eficientes e menos poluidores.
Os sistemas de armazenamento de eletricidade em baterias (BESS, do inglês Battery Energy Store System) são uma tendência atual em razão do processo de descarbonização da matriz energética mundial. Basicamente, os sistemas BESS funcionam com a conversão e armazenamento da energia excedente de fontes eólicas, solares, entre outras; e a posterior descarga para atender às demandas residenciais ou comerciais e industriais.
“É uma solução fundamental e complementar ao crescimento do uso de fontes de energia renováveis intermitentes, pois podem absorver a energia nos picos de geração e controlar o despacho conforme a necessidade do sistema”, explica Miriam Diniz, especialista em Energia e gerente comercial da Elétron Energy. Outras vantagens incluem: a melhora na qualidade da energia, com a absorção de flutuações de tensão e frequência; a redução de perdas em caso de queda no fornecimento; e a gestão ativa por parte dos consumidores, que podem reduzir custos.
Miriam Diniz afirma que há um movimento global de incentivo e criação de políticas públicas nessa área em diferentes países, com impactos na queda dos preços das tecnologias. No Brasil, uma medida provisória de 2020 possibilita que recursos das áreas de pesquisa e desenvolvimento de concessionárias e distribuidoras de energia sejam aplicados em tecnologias de armazenamento.
Com isso, alguns projetos vêm sendo criados visando a adoção desta tecnologia. Por exemplo, a ISA CTEEP, maior empresa privada de transmissão do setor elétrico brasileiro, já conseguiu autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para implantação do primeiro projeto de armazenamento de energia em baterias em larga escala no país.
Para Miriam Diniz, essa e outras iniciativas provam que os sistemas BESS “são uma solução, além de economicamente viáveis, ajudam empresas e indústrias a cumprirem com a agenda ambiental, social e de governança, reduzindo sua pegada de carbono ao eliminarem o uso de sistemas geradores a diesel ou à gasolina”.
De olho nas oportunidades desse campo, o mercado já oferece soluções para a incorporação do BESS ao cotidiano de empresas e outros clientes. Uma das possibilidades é o estabelecimento de parceria em que um cliente usufrui dos benefícios do BESS, sem necessidade de investimento inicial, e o fornecedor da solução se remunera mensalmente com um percentual da economia gerada pelo projeto.
Alguns perfis que já podem contratar esse tipo de serviço são: os enquadrados na modalidade tarifária A4 Verde, com consumo hora ponta acima de 5.000 kWh/mês; os localizados nas áreas de concessão de distribuidoras, como a Equatorial Energia (Pará e Maranhão), Enel (RJ) e Coelba (BA), além daqueles que sofrem com altos índices de intermitência da energia.
“Nunca foi tão fácil para o consumidor de energia se tornar protagonista da transição energética que começamos a experimentar. Com o mercado ofertando soluções que dispensam a necessidade de investimento com capital próprio, está nas mãos de cada empresa a escolha pela sustentabilidade em energia”, avalia Miriam Diniz.
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