Áreas protegidas garantem conservação da biodiversidade em Carajás

Com apoio da Vale, 800 mil hectares da floresta estão livres do desmatamento e salvaguardam a fauna e a flora da Amazônia

Fabrício Queiroz
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O processo de ocupação e implantação de projetos econômicos e de infraestrutura na Amazônia mudaram a paisagem da região com a redução da cobertura florestal nativa. No sudeste paraense, que faz parte da área conhecida como “arco do desmatamento”, essa transformação foi intensa, porém a colaboração entre o poder público e a iniciativa privada no Mosaico de Carajás é um exemplo de como é possível proteger a biodiversidade e os recursos naturais aliado ao desenvolvimento econômico e sustentável.

Com uma extensão de mais de 800 mil hectares, o Mosaico é composto por seis unidades de conservação (UCs) e é a maior área de floresta contínua na região, abrangendo um território que equivale a sete vezes o tamanho de Belém. Apesar das pressões do entorno, há quase 40 anos, em Carajás impera a conservação garantida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) com o apoio da Vale.

Desde a criação das primeiras UCs, em 1989, a companhia possui acordos de compensação ambiental e apoia a proteção mantendo equipes técnicas, infraestrutura administrativa e de logística e repasse de recursos financeiros necessários para que a vigilância por vias terrestres, aéreas ou pelos rios seja permanente.

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Somente nos últimos três anos, foram mais de 14 mil patrulhamentos feitos para proteção do bioma, percorrendo uma área de cerca de 2,2 milhões de quilômetros e 422 tentativas de atividades ilícitas impedidas, incluindo práticas de garimpo ilegal, caça predatória, pesca ilegal e extração de madeira. 

O trabalho realizado tem uma contribuição direta na conservação de um imenso patrimônio natural. Os estudos realizados na região já identificaram 1.138 espécies de fauna, sendo 68 de anfíbios, 131 de répteis, 594 de aves, 145 de mamíferos, 200 tipos de abelhas, além de 1.800 espécies da flora.

Entre elas encontram-se espécies típicas, como a flor de Carajás (Ipomoea cavalcantei), que só ocorre onde há presença de ferro e se tornou símbolo do município de Parauapebas; a onça-pintada (Panthera onca), o maior felino das Américas; e o gavião-real (Harpia harpyja), considerada a maior ave de rapina do Brasil. Uma mostra da rica biodiversidade que encanta mesmo quem lida diariamente com a natureza.

“No dia a dia, a gente acaba vendo os animais livremente, como o veado mateiro, as cutias, os macacos, a onça-pintada, fora o canto dos pássaros e a variedade de árvores e frutas. É o melhor lugar do mundo, é prazeroso sair da cidade e estar assim tão perto da fauna e da flora. É um ambiente de trabalho, mas também proporciona uma terapia. É uma satisfação enorme ser uma protetora da natureza”, diz Márcia da Silva, que é uma das inspetoras de segurança ambiental responsável pela proteção da Floresta Nacional (Flona) de Carajás.

image Proteção da Floresta Nacional (Flona) de Carajás é reforçada com o trabalho de inspeção ambiental (Erivelton Lalôr)

A rotina em meio ao imenso patrimônio natural, em Carajás, também é destacada pelo inspetor de segurança ambiental Oberdan Nepunoceno. “Eu me sinto lisonjeado em poder fazer parte da equipe que trabalha na conservação de uma área tão extensa e significativa no contexto atual, tendo em vista que os olhos do mundo estão focados na conservação ambiental, e a Floresta Nacional de Carajás é um exemplo, não só para o Brasil, mas para o mundo”, afirma.

Para o inspetor, é uma honra cada vez que o mesmo entra na floresta. “Sinto aquela sensação de estar respirando um ar tão puro, de poder contemplar o lugar magnífico que é a Flona de Carajás, de saber que tem pessoas que, assim como eu, se importam com esse ecossistema tão diverso e ao mesmo tempo sensível”, complementa Oberdan Nepunoceno.

Ações beneficiam meio ambiente e sociedade

Além de santuário para muitas espécies, as florestas da região são ecossistemas que garantem recursos naturais e serviços ambientais importantes para toda a comunidade. Estima-se que todo o conjunto de UCs abriga as nascentes de mais de 22 mil cursos d’água e mantém um estoque de aproximadamente 601 milhões de toneladas de CO2, que tem um papel decisivo para conter as mudanças do clima. Só na Flona de Carajás são 11.400 nascentes de água protegidas e 302 milhões de toneladas de carbono mantidos pela floresta.

Tudo isso convive com as operações da Vale de mineração de ferro e de cobre, que ocupam apenas 2% da área total das UCs e impulsionam a geração de emprego e renda na região. As atividades ocorrem em unidades de uso sustentável, onde o manejo dos recursos naturais é permitido conforme as diretrizes do ICMBio. Estão enquadradas nessa categoria as Flonas de Carajás, Tapirapé-Aquiri e do Itacaiunas e Área de Proteção Ambiental do Igarapé Gelado.

Já a Reserva Biológica do Tapirapé e o Parque Nacional dos Campos Ferruginosos são áreas de proteção integral, onde são permitidas apenas práticas de turismo ecológico, educação ambiental e pesquisa científica, a fim de manter os ecossistemas livres das alterações humanas.

A combinação de estratégias de conservação posiciona o Mosaico de Carajás como uma referência frente aos desafios que a crise climática impõe. Até 2030, essa agenda deve ser ainda mais fortalecida pela Vale, que tem a meta de recuperar e conservar outros 500 mil hectares de floresta, contribuindo para que o Brasil alcance seus compromissos climáticos e avance rumo a um modelo de desenvolvimento sustentável.

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