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Uma russa no Marajó: a curiosa história de vida e luta de Alisa Saveleva

Apesar da barreira com o clima, Alisa é uma grande fã das comidas típicas da região e aprendeu a subir no açaizeiro e a tirar o fruto

Aila Beatriz Inete

Alisa Saveleva, lutadora de MMA, tem uma história peculiar. Nascida e criada em Moscou, Rússia, ela decidiu trocar o frio e a vida no país do leste europeu pelo calor do Brasil, especificamente, Ponta de Pedras, ilha localizada no Marajó.


A russa mora no Pará desde 2021, quando veio com o marido, o paraense e também lutador Denilson "Ninja" Matos. Em entrevista para o Núcleo de Esporte de O Liberal, Alisa falou sobre sua relação com o estado e carreira no MMA.

"Eu gosto muito de morar aqui em Ponta de Pedras. Porque no interior é bem mais tranquilo. A nossa casa é mais afastada da cidade, então eu gosto de fazer as minhas mudas de plantas, gosto de natureza, plantar as coisas. Essa vida tranquila, na natureza, eu gosto", contou Alisa.

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A mudança para o Brasil se deu, em parte, para que Alisa conseguisse estabelecer uma carreira no MMA. Enquanto o mercado russo se tornou uma grande oportunidade para os lutadores, com as mulheres não é assim.

Alisa revelou que alguns eventos da Rússia não aceitam lutas femininas. Além disso, atualmente, por conta do conflito com a Ucrânia, atletas russos não podem entrar em alguns países do leste europeu, como na Polônia. Por isso, a América foi a opção da lutadora.

"A Polônia, por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia, é fechada para os russos, eles não querem russos e é impossível de ir lá. Já a Rússia, para mulheres lutar, é meio difícil, é mais fácil para as mulheres irem para a Europa ou América, porque quase não tem mulher russa lutando. Tem um evento que é bem pago na Rússia, o ACA, e eles não aceitam mulher, só homens, porque lá na Rússia as pessoas são bem machistas e as mulheres que estão lutando ou elas não têm um nível bom, ou elas param", relatou.

A primeira luta profissional de Alisa foi no Iron Man, um dos eventos de MMA mais populares do Brasil, que já revelou vários lutadores. Desde então, a russa já fez outros três combates e está invicta na carreira. Na última semana, ela participou do Nocaute na Violência e enfrentou Josiane Cardoso no boxe, no entanto, acabou derrotada.

Inspirada em Ronda Rousey, Rose Namajunas e outras grandes atletas do UFC, a russa, agora um pouco paraense, superou a falta de jeito e passou a se dedicar regularmente aos treinos. O objetivo principal da carreira é chegar ao Ultimate e talvez isso exija deixar a cidade que ela adotou como casa.

"Eu estou em fase de treino e preparação para mais lutas para fora. Então, quando chegar [mesmo] a lutar fora do Brasil, eu vou ver se vamos ficar aqui na cidade ou se vamos procurar uma equipe maior ou ir para a Rússia mesmo, porque tem mais material humano [para treinar e fazer sparring]. Aqui na cidade, todo mundo começou quando a gente veio, então, não tem muita gente experiente, material humano para a gente treinar", finalizou.

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