Remo: torcida, filhos remistas e pressão; Rodriguinho cita medo, ensinamentos e projeta 2023 no Leão

Meia retornou ao Leão Azul depois de passagem pelo Remo em 2018

Fábio Will
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Um retorno que já era esperado. Esse era o pensamento do meia Rodriguinho, de 35 anos, que jogou pelo Remo em 2018, em um período conturbado, com salários atrasados e falta de estrutura. Em conversa com a equipe de O Liberal, Rodriguinho abriu o coração, relembrou situações tensas vividas na sua primeira passagem, o carinho que possui pelo clube, a saudade acompanhando aos jogos do Leão Azul nos Emirados Árabes, além do apoio da família e dos filhos que já se consideram remistas, em uma temporada 2023 crucial na vida azulina.

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Qual o sabor desse retorno ao Remo? Era algo esperado?

“Sim, era algo que tinha grandes expectativas, sonhava com isso e sabia que teria a hora certa de voltar. Agora foi um momento perfeito, acredito muito na temporada 2023, com toda a atmosfera, os jogadores, elenco, diretoria e treinador de alto nível. Tudo que o clube tem feito até aqui realmente demonstra a ambição para a temporada.  A expectativa era grande pela minha passagem em 2018, ano que serviu de aprendizado onde tivemos uma situação bem delicada, com risco de rebaixamento, mas no final conseguimos com muita garra, entrega e quem acompanhou lembra bem, livrar aquele ano que percentualmente, era enorme de queda. Fico feliz de ter participado, foi um aprendizado não só na carreira, mas para a minha vida. Levo isso por toda a minha vida, pois a jornada foi muito importante. As pessoas que se apegaram e tudo que aconteceu foi determinante após o ano de 2018”.

Como foi acompanhar o Remo pela internet nos Emirados Árabes? O que ocorreu para que o Remo não saísse do teu pensamento?

“Nunca escondi de ninguém o carinho que ficou. Tinha o desejo de permanecer no Remo após 2018, que terminou no mês de agosto e teria que esperar até dezembro para jogar no Remo, mas recebi uma proposta para voltar a um clube que já tinha jogado no Emirados Árabes, foi uma oferta muito boa, pensei que naquele momento seria o melhor e desde lá sempre acompanhei o Remo. Não tem como vestir a camisa do Remo e não ter um carinho especial, ir para o estádio como fui, no momento em que não podia jogar, dia da estreia, mais de 30 mil pessoas no mangueirão. Naquele dia já foi impactante, depois dentro de campo, fazer gol, olhar para a torcida e perceber que de certo modo fez ou ajudou para fazer a alegria de milhares de pessoas no estádio, pelo Pará, Brasil e Mundo e a identificação ficou forte. Por isso mantive, acompanhando, pois sabia que voltaria para uma história ainda melhor”.

A família foi marca registrada do Rodriguinho na primeira passagem, com os filhos nos treinos, brincando no Baenão, Cinco anos depois, temos uma família de azulinos?

“Sim, meus filhos são azulinos. Inclusive me pediram para separar os uniformes do Remo para quando chegarem a Belém, pediram o azul e eles são loucos para vestir a camisa do Remo novamente. Eles são apaixonados, possuem lembranças de Belém, do clube, sempre tem fotos daqueles momentos, o menor nem tanto, mas espero que em 2023 seja reafirmada, com a família, amigos, com aqueles que fecham de verdade e isso tudo vai acontecer”.

Quais as lembranças que tens do Remo na primeira passagem?

“Lembranças de coisas boas, lutas, momentos difíceis, mas que nos deram bagagem para saber como é o Remo, como se vive o Remo e a pressão que é aqui. Em 2018 pude viver isso e no final da jornada deixei o clube de cabeça erguida, sabendo que dei sempre o meu melhor. E inicialmente já se percebe uma diferença grande na organização do clube, estrutura muito boa, à frente do clube estão bem antecipadas em questões que podem vir a atrapalhar, antes que o problema aconteça. Espero que o grupo possa dar liga, entregar o que a torcida, direção e, comissão e jogadores desejam”.

Parte da torcida questionou a tua contratação por conta da idade. Como é vista essa situação, já que o futebol paraense é jogado em boa parte em campos pesados?

“Eu me sinto muito bem, acabei de completar 35 anos e quem me conhece, sabe o quanto eu me cuido para poder trabalhar. Sou muito comprometido e disciplinado com o e sei que o trabalho não é só em campo, jogando, treinando. Tenho planos de jogar por muito mais tempo e a questão da idade não me preocupa, pois sei da minha capacidade e confio que vou fazer o meu trabalho, pra minha equipe e também pra mim. Isso será a resposta.

Força da torcida e estrutura. Qual a importância desses fatores para o clube?

“Em 2018 havia um esforço muito grande para que o Remo pudesse trabalhar, dá passos maiores, mas as dificuldades eram grandes e eu compreendia isso na época. Mas hoje a estrutura está bem avançada, o clube se colocou em uma posição muito melhor do que passei aqui em 2018, o Remo não merece estar na Série C, nem na Série B, mas sim na Série A. Não é só ter torcida, mas ter engajamento com ela e isso demostra uma força enorme e estou muito feliz com a estrutura do clube oferecida”.

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