Remo: Idade elevada e avaliações; preparador físico cita trabalho com atletas acima dos 30 anos
A equipe de O Liberal conversou com preparador físico Antônio Júnior, que detalhou alguns protocolos aplicados com atletas, em especial jogadores acima dos 30 anos
O Remo contratou na última semana mais dois jogadores para o restante da temporada. O meia Marcelo, de 34 anos, que estava no Volta Redonda-RJ, além do atacante Élton, ex-Vasco e que estava no Juventude-RS, disputando a Série B, que possui 37 anos. Muitos torcedores questionaram as chegadas de atletas com uma idade avançada. A equipe de O Liberal conversou com um preparador físico para saber os desafios de trabalhar com um elenco formado por boa parte dele com jogadores acima dos 30 anos.
Atualmente o elenco do Remo possui uma média de 27,36 anos, porém, a equipe possui alguns jogadores das categorias de base, que quase não são ou não foram utilizados durante a temporada. O Remo possui no elenco 13 atletas acima dos 30 anos na equipe e o preparador físico Antônio Júnior, que passou pelo Remo, Vila Nova-GO, Boa Esporte-MG e estava trabalhando na Tailândia, conversou com o núcleo de esportes do Jornal O Liberal e falou dos desafios em ter um elenco com um número grande de jogadores acima dos 30 anos.
“Costumo dizer que é um desafio para todos, no atleta normal ao atleta de auto rendimento. Na maneira que a idade vai avançando, o corpo já não responde com o mesmo ritmo de recuperação, para uns é mais difícil que outros, pelo motivo que cada corpo reage de uma maneira diferente ao treinamento e, no geral, o cuidado precisa ser dobrado sim, pois as cargas e demandas de jogo são altas para todas idades”, disse.
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O sistema defensivo azulino, contando com goleiros e jogadores da base, possui uma média de 24,82 anos. É a menor média entre os três setores que compõe a equipe. Já o setor de meio-campo, a média está em 25,75, também contando com a molecada da base. O ataque remista é o mais o que possui uma média de idade mais elevada, chegando a 27,66 anos. O preparador físico Antônio Júnior comentou sobre o que se pode fazer para equilibrar a situação dos atletas durante treinos e pré-jogos.
“Cada atleta responde a um desgaste físico diferente, independente da idade. Para os mais experientes cada detalhe vai ser mais importante, além do controle de carga individual o ‘extracampo’ sempre faz diferença. Falo de controle alimentar, sono e outras estratégias de recuperação”, comentou.
O Remo atuou com um time titular por muito tempo, sabemos que a rotatividade é grande em um time de futebol, porém, a média de idade da equipe que jogou boa parte da temporada ficou acima dos 30 anos. Um time que foi titular do Remo várias vezes neste ano foi composto por: Vinícius (38 anos); Lucas Mendes (32), Diego Ivo (34), Diego Guerra (32) e Leonan (27); Uchôa (32), Richard Franco (30) e Pablo Roberto (23); Muriqui (37), Pedro Vitor (25) e Jean Silva (34). Essa equipe possui uma média 31,27 anos.
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O preparador físico informa ainda que muitas coisas mudaram com o avançar dos anos e a tecnologia é uma aliada aos preparadores físicos e fisiologistas, mas que o desempenho em campo e durante os treinos, depende muito do próprio atleta.
“Cada dia que passa o cenário vai se repetindo, podendo ver atletas com idade mais avançada conseguindo jogar e a tecnologia tem uma grande contribuição. Hoje temos mais estratégias de controle de carga no meio do futebol, mais tecnologia para saber o quanto aquele jogador pode avançar, porém, de nada vai valer se o profissional não fazer por ele mesmo e é isso que está fazendo a diferença, o nível profissional hoje está cada vez maior e melhor”, afirmou.
Antônio Júnior detalhou ainda que os clubes possuem alguns protocolos, avaliações físicas que ajudam a evitar lesões. Essas avaliações são necessárias, principalmente para todos do elenco, mas aos que possuem a idade mais avançada os cuidados são redobrados.
O que existem são avaliações rotineiras individuais para detectar evolução física ou recuperação. As mesmas para todos, mas a diferença está em quais estratégias cada clube utiliza e com que frequência cada atleta realiza. Se o jogador tiver uma idade mais avançada, o cuidado é maior e as avaliações de rotina são com mais frequência, para que ele não possa se lesionar ou distanciar esse evento negativo que pode ocorrer”, finalizou.
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