Remo: Graduado em psicologia no esporte, Catalá comenta sobre trabalho e cita pressão e cobranças

Ricardo Catalá falou sobre como vem trabalhando o lado psicológico dos atletas e desafios à frente do Remo, em um clube que possui uma torcida grande e que cobra por resultados

Fábio Will
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O Remo vive uma sequência de seis partidas sem perder, deixou a lanterna e a zona de rebaixamento da Série C, mas ainda não conseguiu engrenar na competição, porém, a equipe conseguiu todos os pontos ao comando de Ricardo Catalá, técnico que tem como formação a psicologia esportiva e é pós-graduado na gestão do esporte. A equipe de O Liberal bateu um papo com o treinador do Leão, que falou sobre a psicologia no futebol, como vem trabalhando o elenco azulino e como foi receber os jogadores em um momento tão delicado, com perda do título paraense e na lanterna da Série C.

A equipe azulina ocupa a 13ª posição com 13 pontos, em 11 rodadas na Série C, porém, o clube não conseguiu encostar no tão sonhado G8 e ainda está bem próximo da zona de rebaixamento. Catalá explicou como desenvolve o trabalho com os atletas, citou pressão dentro e fora de campo e acha inaceitável como torcedores tratam atletas fora de campo e tem que isso possa desencadear uma onda ainda maior no futebol brasileiro.

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O LIBERAL: Tens uma formação em psicologia. Qual a importância desse trabalho nesse elenco do Remo desde a sua chegada?

RICARDO CATLÁ: “O trabalho de psicologia não é uma exclusividade do futebol, penso que, assim como o futebol, as empresas são conduzidas por pessoas. Elas independente da área de atuação têm seus sentimentos, medos, angustias e individualidades e procurar entender o que cada um tem como característica, visão do mundo, da vida, faz com que você tenha mais empatia, se colocar mais no lugar do outro, procurar oferecer o suporte e ajuda necessária, para que elas consigam enfrentar seus medos seus problemas com mais confiança, otimismo e eu entendo que isso vem nos ajudando e serve para qualquer área de atuação”, disse.

O LIBERAL: Como colocar em prática a psicologia em um ambiente com extrema pressão e cobranças por resultados?

RICARDO CATALÁ: “Quem escolheu trabalhar com o futebol sabe que o esporte é um ambiente de cobrança, inerente à modalidade, ainda mais como é o futebol no Brasil, que é algo apaixonante, a criança já nasce tendo um clube. Aqueles que escolheram trabalhar aqui ou no futebol já sabem que isso [a cobrança] vem no pacote. Cada um é diferente, pensa diferente e cada um trabalha a questão da ansiedade, da pressão de uma forma. Não sentir [a pressão] é ruim, sentir é bom e ada um vai encontrar a forma de interagir com esse tipo de sentimento”, falou.

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O LIBERAL: Como você avalia essa pressão do torcedor em relação aos jogadores e vidas fora das quatro linhas, como coisas básicas como ir ao supermercado, passeios com a família e até mesmo utilização das redes sociais?

RICARDO CATALÁ: “Acho inaceitável, inadmissível. O futebol tomou um caminho perigoso dentro do país, as pessoas precisam ter o direito de ir e vir, inclusive para a sanidade, a saúde mental das pessoas. É importante que os jogadores tenham espaço para fazer outras coisas. Entendo que foi se criando uma permissividade no futebol, que infelizmente alguém vai sofrer algo muito mais grave, vai morrer um atleta, um familiar de atleta e aí, talvez as pessoas acordem para isso. Nós temos uma profissão peculiar, mas somos seres humanos do mesmo jeito e precisamos de momentos de descanso. Penso que o jogador tem um tempo de sair, passear com o filho, ir ao restaurante, ao cinema, namorar e tudo isso é saudável, forma parte de uma vida mais plena, quanto mais pleno ele tiver, maior a possibilidade de rendimento dele na plenitude”, comentou.

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O LIBERAL: Como problemas extracampo podem afetar o vestiário?

RICARDO CATALÁ: “Penso que depende do tipo de situação. O vestiário é um ambiente muito do jogador, não entro e vestiário, quando falo isso é não entrar no ambiente deles se trocarem, deles interagirem, pois acho que ali é necessário ter uma privacidade e uma cumplicidade. Penso que quando você reúne as pessoas certas e existe essa cumplicidade, fatores externos até ajudam a unir mais, pois um sente, vive e se importa com a dor do outro e é algo que vejo muito positivo aqui no Remo. A gente se cuida, se gosta, está todo mundo junto e discordamos, obviamente, mas todos em prol do Remo”, disse.

O LIBERAL: Jogar em casa com essa pressão, que em determinado momento do jogo, deixa de ser favorável ao time, tem sido um trabalho realizado através da psicologia?

RICARDO CATALÁ: “Não sei se é através da psicologia, sou muito do diálogo, procuro sempre ter empatia, me coloco no lugar dos atletas quando acontece esse tipo de situação. Tento mostrar para eles como e algumas formas da gente interagir com isso e também procuro me colocar no lugar do torcedor. Como disse anteriormente, a criança sai da barriga da mãe e você já tem um clube e aquilo vai se enraizando cada vez mais com o passar dos anos. O Brasil é com muitos problemas se refletem em tudo, seja na política, no futebol, na economia e como o futebol é o esporte mais visto e praticado no país, é inevitável que muitos desses comportamentos se reproduzam no estádio. É mais todo mundo tentar olhar a situação pela perspectiva do outro e tentar entender que talvez, se estivesse na condição do outro, teria um comportamento diferente. É assim que penso e tenho tentado mostrar para eles esse lado”, finalizou.

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