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Quadro Tático: Como jogam as equipes de Rodrigo Santana, novo técnico do Remo

Treinador tem Tite como referência e gosta de jogar com atacante que realiza múltiplas funções. 

Caio Maia

Um enorme ponto de interrogação. Assim que o técnico Rodrigo Santana, recém-contratado para dirigir o Remo na Série C do Brasileirão, pode ser entendido pela torcida azulina. Com trabalhos de pouco sucesso nas últimas equipes que passou, o treinador chega ao Baenão com a missão de reerguer o Leão após um péssimo início de Terceirona (três derrotas em cinco jogos). Para tirar a equipe desse buraco, a tendência é que o comandante faça o "simples" e se apegue a estilos de jogo tradicionais, sobretudo no início de trabalho.

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Durante a carreira, Rodrigo tem como principal característica a adaptabilidade. Em poucas ocasiões o treinador teve a oportunidade de montar um elenco desde o início do ano. A função de "apagador de incêndios" fez dele um profissional que precisa arrumar alternativas rápidas, em equipes com plantéis já formados. No Remo, o técnico terá esse desafio, fato que já foi antecipado na entrevista coletiva.

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No Atlético-MG, trabalho de maior destaque, Santana apostava, principalmente, no 4-2-3-1, com variações. No Avaí, apesar dos poucos jogos, ele também usou o 4-2-3-1, fato repetido no Athletic-MG, clube mais recente, pelo Campeonato Mineiro.

Nesse ponto, Rodrigo não deverá fazer adaptações no Leão. A equipe, desde a passagem de Ricardo Catalá, no início do ano, já atuava no 4-2-3-1. A mudança deverá ser no comportamento de alguns atletas. No Galo, por exemplo, o meia costumava jogar mais perto do atacante, fato que se repetia menos no Athletic-MG. No time do interior de Minas, outra diferença: o ponta direita atuava como extremo, mais aberto. Já no Coritiba, outro trabalho no Brasil, os pontas costumavam a fechar mais o centro de campo.

Atacante multiúso

No Galo e no Athletic-MG, Rodrigo atuava com um centroavante de várias funções. O objetivo do camisa 9 nos times do treinador vai muito além de ser apenas um jogador "terminal", que coloca a bola pra dentro do gol. O atleta que fizer essa função deverá sair da área em muitos momentos, seja para fazer o pivô, como para distribuir passe para os demais companheiros de equipe.

Ricardo Oliveira (Atlético-MG) e Jonathas (Athletic-MG) fizeram essa função com Rodrigo e foram bastante produtivos. O primeiro, em 2019, marcou 14 gols, enquanto o segundo, nesta temporada, tem a mesma quantidade de gols, mas com alguns jogos a serem realizados. No Leão, pelas características, Ytalo deve ser o jogador escolhido para executar a tarefa.

Referências

Ainda no início de carreira, Rodrigo Santana disse que se inspirava em Tite e em Carille. Em entrevista ao Hoje em Dia, em maio de 2019, o atual comandante remista comentou sobre a relação e a inspiração nos dois.

"Quem me abriu as portas para conhecer o trabalho do Tite foi o Carille. Eu o considero um irmão e devo muito a ele por muita coisa que me orientou, mesmo ele sendo auxiliar da casa. Todos eles sofreram, vieram de times pequenos e conquistaram tudo. Ele (Carille) foi um dos responsáveis por eu decidir aceitar a proposta do Atlético, mesmo sendo para o sub-20. Depois que assumi o time principal, conversei com ele; sempre me passando confiança", falou na época.

Caso siga a linha dos dois treinadores para montar a equipe, sobretudo do meio para trás, uma palavra de ordem será seguida no Leão: equilíbrio. As equipes de Tite e Carille costumam correr poucos riscos, controlando o jogo o máximo possível. A mentalidade pode, inclusive, reduzir o índice de gols tomados pelo Time de Periçá na Série C: nove em cinco jogos.

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