Presidente do Remo alega investimento reduzido e frisa: 'Time não é o ideal'

Após definir a contratação do treinador Mazola Jr, o presidente do Clube do Remo, Fábio Bentes, protagonizou uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (24). 

Num primeiro momento, Bentes não foi questionado. Ele se pronunciou. "É meu primeiro posicionamento após o fatídico resultado em Brusque. Lamentável e totalmente inesperado. Só tenho a pedir desculpa", disse, em resumo, referindo-se ao resultado de 5 a 1 que iniciou a crise azulina e tirou a equipe da Copa do Brasil. A primeira vítima foi o treinador Rafael Jaques, demitido horas depois do revés. Não estão descartadas dispensas, embora a avaliação precise ser feita pelo novo comandante Mazola Jr. 

Ainda segundo Fábio Bentes, a mudança na comissão técnica ocorre no momento propício. "Estamos vivo no Campeonato Paraense e fizemos a mudança na hora certa", argumentou. 

O mandatário azulino também usou o momento para se defender em meio a crise estabelecida. "As críticas acabam extrapolando. A gestão sempre foi para arrumar a casa. Assumimos o clube com sete meses de atraso na justiça do trabalho, sete meses de atraso de salários dos funcionários", relembrou para, em seguida, citar o a reabertura do Baenão e a construção do Núcleo Azulino de Saúde e Performance como pontos positivos da sua administração.  

Bentes ainda fez um paralelo interessante. O gestor afirmou que a capacidade de investimento do clube é reduzida, sendo que 1/3 da arrecadação "vai direto para a justiça do trabalho";  "Não temos capacidade de investimento que gostaríamos. A pouca capacidade de investimento, paralelo a necessidade de arrumar a casa, fez com que não tivéssemos ainda a condição de montar o time que julgamos ser o ideal. Hoje o que temos investido é aquém da nossa história, do nosso potencial. É o que possível nesse momento", afirmou. 

Mazola 

A respeito do acerto com Mazola Jr, Fábio Bentes ponderou que o acerto com o treinador foi prioridade a partir da última sexta-feira (21). Para ele, as características de Mazola Jr, que perpassam por responsabilidade, disciplina e cobrança, motivaram o contrato firmado. "É o perfil do Mazola, disciplinador, responsável, de cobrança dentro e fora das quatro linhas, de acessos da Série C para B. Além de conhecer o nosso futebol, ele está com muita gana". 

A negociação teve divergências quanto ao aspecto financeiro. Contudo, as duas partes cederam. "Ele (Mazola) cedeu bastante. Nós também cedemos. Ele tem vontade de mostrar serviço do outro lado. Já que há por parte da torcida alguma desconfiança.Confio na capacidade técnica e no profissionalismo dele", disse Fábio, sobre o passado de Mazola Jr como treinador do Paysandu na temporada 2014, em que ele ascendeu o time bicolor da Série C para B.

Bentes ainda citou o Paysandu para considerar a travessia algo normal. "O Hélio dos Anjos (treinador do Paysandu) foi o primeiro treinador do Remo". 

Sem Jaques... 

O gestor azulina também fez queixas acerca do trabalho do agora ex-treinador Rafael Jaques. "Havia um entendimento que não tinha como continuar", disse Fábio. "Estávamos com seis jogos e cinco vitórias (...). As atuações não vinham convencendo. Era para estar numa condição de entrosamento melhor", indicou. 

Além disso, Bentes reclamou de medidas durante os jogos. "Nem sempre vimos coerência em algumas situações, como improvisar a lateral-direito nesse jogo decisivo (zagueiro Neguete foi improvisado como lateral). Ele disse que o adversária usaria muita bola aérea e a opinião dele era nesse sentido", afirmou. "Ele demorava para mexer. O adversário crescia como foi contra o Paysandu. Era uma das coisas que conversava com ele". 

O novo momento da temporada remista tende a ser enérgico. "O elenco precisa dar uma sacudida. Não achamos ninguém no meio da rua. Todos estavam em atividade. Claro que jogar no Remo é diferente. Agora eles podem oferecer mais do que vem oferecendo", falou Bentes. A direção azulina também não considera o elenco fechado e segue sondando o mercado para fazer contratações.