Para torcedor do Remo, o 'remismo' está no DNA da sua família
Luanda Rodrigues, acadêmica de Engenharia Biomédica e Gestão Hospitalar, 21 anos.
Eu achava que muitas coisas na minha vida eram boas, muito boas, mas tenho um adendo...depois desse tempo eu descobri o que é me fere tanto. O remo acaba sendo meu nêmesis, em semanas que estou feliz ele me faz triste. E em semanas que eu estou triste, ele acaba de me detonar. Talvez eu esteja num relacionamento abusivo com o futebol, mas meu coração não me deixa sair dele.
Desde a infância, acabo trazendo memórias ligadas ao futebol com minhas histórias de vida, eu lembro de mais títulos do remo do que lembro de nomes de parentes. Lembro de placar histórico mas nunca aprendi a tabuada.
O Remo e o futebol acabam sendo intrínsecos no caminho o qual a minha família traçou, meu avô se chamava Durvanildo. Conhecido na nossa rua por Alcino, em homenagem ao atacante, meu pai casou com a primeira filha dele. Meu pai, apelidado de Zico, é incurável da doença do remismo, e me infectou bem nova. Essa eu considero uma pandemia paraense, e na minha família é quase DNA puro.
Na emoção do gol, das viradas históricas, do cheiro de 'churrasquinho de gato' embaixo da rampa do Baenão e de todos os choros que me acompanham até hoje na estrada do que é ser remista. Altamente favorável aos ataques do coração, e as agressões a mente já conturbada dos torcedores do futebol paraense. O que acaba sendo o meu caso, que já vi jogos no hospital, internada, com soro na veia.
E como podemos sofrer disso? Só pode ser Remo.