Médico do Remo detalha lesões no elenco, protocolos do NASP, cita Gedoz e diminuição de contusões

Médico Jean Klay conversou com a equipe de O Liberal e falou da importância do NASP na recuperação de jogadores como também na prevenção de lesões

Fabio Will
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O Remo está na semifinal do Parazão e próximo da estreia na Série C, mas o técnico Paulo Bonamigo vem sofrendo com as lesões de alguns atletas. Neste período o Leão não teve todo o seu elenco disponível para as partidas e nas redes sociais, os torcedores questionam os motivos de recorrentes lesões. A equipe de O Liberal bateu um papo chefe do departamento médico do Remo, Jean Klay, que explicou os protocolos estabelecidos no Núcleo Azulino de Saúde e Performance (NASP) e como o espaço é de extrema importância para não só a recuperação, mas principalmente a prevenção de lesões.

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O NASP já é referência na região vem conseguindo trazer atletas para se recuperarem em Belém, como foram os casos do zagueiro Everton Sena e o volante Marciel. Fale um pouco sobre o trabalho feito nestes jogadores.

“Everton Sena veio de um pós-operatório difícil no Cuiabá-MT, mais de um ano de pós-operatório e não tinha conseguido retornar ao esporte. Como todos os atletas que chegam ao Remo, passam por uma avaliação completa e complexa e nessa avaliação conseguimos definir as características e eventuais distorções que precisam ser corrigidas. Baseado nisso foi montado a recuperação e reequilíbrio da musculatura, que possibilitou, em função do grande profissionalismo dele, que se dedica de uma forma exemplar às abordagens feitas no NASP, pôde voltar em alto rendimento, além de continuarmos com esse trabalho de manutenção. Em quanto ao Marciel, ele tinha uma lesão no menisco, foi discutido com o atleta, ele fez a cirurgia, evoluiu bem, ainda precisamos fazer algumas correções, mas é um atleta extremamente profissional, que facilita o trabalho do NASP”.

image Jean Klay (com microfone) é o chefe do departamento médico do Remo (Cláudio Pinheiro)

Ao longo do Parazão várias atletas apresentaram lesões. Elas estão dentro de uma panorama de normalidade esperado para este momento da temporada?

“As lesões que estão ocorrendo a gente ainda entende que estão dentro do esperado, à exceção do Felipe Gedoz, que foi extremamente grave. As demais lesões já contávamos com ocorrências delas. É claro que o trabalho feito no NASP e comissão técnica é todo no sentido de tirar o máximo do atleta, mas sempre que possível evitando essas lesões, que são comuns e esperadas em esportes de alto rendimento. Hoje o futebol é pautado em cima de uma preparação física intensa, mas sempre procuramos manter o equilíbrio, dentro dos parâmetros da fisiologia, em que momento cada atleta pode avançar até que ele não tenha lesão. Esse monitoramento é feito diariamente, antes e após os treinos"

Quais as principais dificuldades para os atletas nesse início de temporada? Quais fatores levam às lesões?

“As lesões musculares que são as mais comuns, elas possuem uma infinidade de fatores. Os mais comuns são os distúrbios do sono, temos feito um trabalho grande com a nossa equipe de psicologia para ajustarmos isso. Mas um atleta que tem dificuldade para dormir ele não consegue fazer a sua musculatura se recuperar então boas partes das lesões vieram após noites mal dormidas. Outra situação são atletas que não se hidrata bem, outros que não conseguem fazer o trabalho de recuperação bem feito, problemas odontológicos, temos hoje no NASP um consultório que conseguiu minimizar o número de lesões e vimos isso em atletas que vem da base. Sem contra os gramados mais duros o risco de lesão é maior, gramados pesados, chuvas, são extremamente complexa e por isso é tão difícil lhe dar com esse assunto leões musculares”.

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O Remo já teve sete atletas lesionados ao longo do Parazão. O que pode ser feito para diminuir os problemas, já que as lesões podem ocorrer?

“Para ter êxito, um elenco a disposição. As lesões vão acontecer, estão dentro do esperado e procuramos minimizá-las, mas elas vão ocorrer e é preciso ter um elenco, a diretoria e a comissão técnica sabem disso e o planejamento todo é pautado em cima dessa situação. Com o calendário apertado e proximidade da Série C, teremos em torno de 10 jogos em 30 dias e as lesões vão ocorrer e é preciso um elenco mais robusto para que não comprometam tanto o desempenho da equipe".

“Monitoramento de atleta, diversos protocolos que visam minimizar os fatores de risco, individualização do pré-treino dos atletas, pilates e temos um grupo de atletas que necessitam dessa atividade. Essas lesões e a gravidade delas hoje são bem menores do que tínhamos ates da construção do NASP e diminuíram em torno de 50%”

image Meia Felipe Gedoz está tratando de uma lessão na panturrilha (Samara Miranda / Remo)

Como está a evolução do tratamento do meia Felipe Gedoz? Ele pode retornar antes do tempo previsto?

"Em relação ao Felipe Gedoz, já temos 25 dias de lesão, está evoluindo bem, está com uma dor bem controlada e com uma lesão grave, grau três, em uma musculatura importante da perna, que quando lesionada dificulta bastante o tratamento, pois dificulta até no andar da pessoa e estamos trabalhando com a hipótese de dois meses de retorno, podendo isso mudar um pouco para mais ou menos. Acreditamos que ele volte um pouco antes, mas isso vai depender da evolução, pois no caso de uma situação grave como foi a dele, nossa principal preocupação é uma re-lesão e temos que ter cauteloso nesse retorno aos treinamentos".

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