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Ídolo do Remo, Mesquita relembra clássicos e parcerias de sucesso: ‘Matadores natos’

O ex-meia atacante viveu anos gloriosos nas décadas de 70 e 80, quando a dupla Re-Pa ostentava uma rivalidade de peso e respeito

Luiz Guilherme Ramos

Em 110 anos de história, o Re-Pa coleciona um repertório de craques poucos visto no futebol brasileiro. Astros que fizeram a alegria das duas maiores torcidas da Amazônia, alguns em apenas um lado, enquanto outros estiveram nos dois, caso do meia-atacante Mesquita, considerado um dos maiores ídolos de todos os tempos na história do Clube do Remo.

Hoje, aos 74 anos, ele lembra com carinho da época em que fez a alegria no Re-Pa, especialmente no lado azulino, onde jogou por 10 anos em duas oportunidades. Na primeira, entre 1974 e 1981, foi tricampeão paraense (77, 78 e 79) e um dos maiores goleadores do estado, formando dupla de sucesso com Alcino e depois Bira, quando o primeiro foi vendido ao Grêmio.

"Esses dois caras, eram 'matadores' natos. Joguei com vários centroavantes, como Leônidas, Clésio, Cabinho, Nilson Santos, Dadinho e Zecão. Todos eram goleadores, agora Alcino e Bira não tinham iguais. Era lançá-los e um 'abraço'. Dificilmente perdiam gols. Hoje em dia não se fazem mais goleadores como antigamente", avalia.

Mesquita desembarcou em Belém após uma longa passagem no futebol português, que, segundo ele, lhe deu as bases para encarar o desafio de defender o clube em uma época que o Parazão era disputado de igual para igual, sendo o Re-Pa o grande espetáculo da competição.

"Cheguei de um pais europeu onde aprendi muito, então vim preparado para vestir a camisa Remo, que, aliás, tinha um timaço. E é lógico que todo jogador queria disputar o Re-Pa. É a cereja do bolo. Todo jogador que se prese tem que jogar um Re-Pa, e de preferência jogar bem", crava.

Ao todo, Mesquita conquistou seis títulos paraenses pelo Remo, mas também atravessou e foi campeão com o Paysandu, em 1982, antes de retornar ao Baenão e se aposentar por lá, com o título de 86. O ex-jogador e hoje engenheiro-agrônomo recorda com carinho as grandes batalhas e torce para que os bons tempos um dia retornem à dupla.

"Esses anos todos de clássicos joguei sempre com maior prazer, tanto pelo Remo
(mais tempo), quanto pelo Paysandu. Sempre antes dos jogos eu estava com aquele frio na barriga, mas depois de alguns minutos o 'couro comia'. Foram 16 anos de entrega. E se me
perguntassem se faria tudo de novo, faria exatamente como foi feito", encerra.

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