Por que o Clube do Remo? Essa é a pergunta de 1 milhão de dólares. Se eu ganhasse 1 real a cada de vez que ouvisse essa pergunta dos meus amigos de fora do Pará, estaria milionário. E se eu pagasse 1 real a cada vez que eu mesmo me fizesse essa mesma pergunta, provavelmente já estaria com o nome mais sujo do que calção do goleiro Vinícius depois de um jogo debaixo de chuva no Mangueirão. A resposta: loucura. Simples assim.
Porque lógica da paixão realmente não se explica sem uma dose de loucura. Só essa última parece dar conta de explicar porque a gente até admira um bote do Van Dijk, mas comemora mesmo é a bicuda do Rafael Jansen. Pra gente, o Alisson é o melhor goleiro do Brasil – depois do Vinícius. E o Messi tem sorte do Eduardo Ramos se lesionar tanto, senão vocês iam ver uma coisa.
O Brasil não entende nosso amor pelos nossos times do Pará talvez porque, simplesmente, não entendam o Pará. Quando tentam, sai aquela novela da Ísis Valverde falando “Arre Égua”. Eles não entendem a beleza do azul que não existe em mais nenhum time do mundo, do orgulho que é lutar contra os mesmos grandes centros que predam até a paixão dos nossos (até loja oficial de time carioca a gente já tem aqui). De rir da encarnação em cima do bicolor e de aguentar quando chega a vez deles encarnarem na gente.
Pra quem vê de fora, um Re-Pa lotado não faz muito sentido. Eles olham maravilhados se perguntando “por que tanta gente?”. Mas essa nossa loucura não é pra tentar entender. Nem é pra fazer sentido, é só pra fazer gol.