VÍDEO: Haja coração! Com gol no último minuto, Remo bate Náutico no retorno do público ao Baenão

Herói improvável decide e Leão volta à primeira página da tabela.

Caio Maia/ O Liberal
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O Remo venceu o Náutico por 1 a 0 na noite desta sexta-feira (24), em partida válida pela 26ª rodada da Série B, no estádio Baenão, em Belém. A partida, que marcava o retorno da torcida aos estádios paraenses depois de mais de 500 dias, foi marcada por muita ansiedade de ambos os lados. No entanto, como toda boa história, um heroi improvável apareceu: Jefferson subiu entre os zagueiros e testou para o gol, nos minutos finais da partida. 

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Público estava na avenida Rômulo Maiorana em uma espécie de "praça de alimentação" organizada pela logística da Polícia Militar.

Com a vitória, o Leão sobe à na 7ª colocação da Série B, com 36 pontos. Já o Timbu desce uma posição e vai para o 10º lugar, com 35 pontos. A próxima partida do Leão pela Série B será na próxima quinta-feira (30), às 21h30, contra o Sampaio Corrêa, no estádio Castelão, em São Luís. 

Primeiro tempo

image Primeiro tempo contra o Náutico foi trucado no Baenão (Thiago Gomes/ O Liberal)

Ansiedade, emoção, e muito nervosismo. Essa foi a tônica da primeira etapa entre Remo e Náutico, no retorno dos torcedores ao Baenão. O som das 4 mil pessoas que assistiam a partida influenciaram as duas equipes, que fizeram uma partida tensa nos primeiros 45 minutos de jogo.

Taticamente, nada de novo em ambos os times. O Remo iniciou num 4-1-4-1, com Marcos Júnior fazendo o primeiro volante, entre as linhas de quatro. Já o Náutico veio no tradicional 4-2-3-1, estilo Hélio dos Anjos, ex-Paysandu. Apesar de estar em Belém, o "novo" treinador do Timbu assistiu a partida das cabines de transmissão.

Os primeiros minutos de jogo foram marcados por decisões erradas dos dois lados. Eram muitos passes incompletos e jogadas mal trabalhadas. Para quem não estava acostumado a jogar com torcida, as vozes dos 4 mil torcedores pareciam 40 mil, que fizeram tanto Remo, quanto Náutico, protagonizarem uma fraca tecnicamente.

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Remo volta a receber público nas partidas depois de mais de 500 dias.

O tempo passava, mas a ansiedade ainda parecia tomar conta. Apesar disso, parecia que o lado azulino sentia mais. Faltava calma para acertar o passe e chegar com real perigo ao gol do adversário. Por conta disso, o Náutico passou a crescer no jogo, sempre com bolas cruzadas na área. Pra piorar, a defesa do Remo parecia não estar inspirada. Thiago saia mal nas bolas e Jansen quase marcou contra.

As coisas, no entanto, passaram a mudar a partir dos 25 minutos. O Remo passou a respirar e encontrou saída pelas laterais. Seja com Ennes, que entrou no lugar do lesionado Wellington Silva, pela direita; seja com Lucas Siqueira, pela esquerda, o Remo conseguia fazer triangulações interessantes e passou a chutar mais ao gol.

Mas, para terminar o primeiro tempo, ainda faltava uma dose de emoção. Foi uma chance de ouro, desperdiçada. Gedoz recebeu livre, na pequena área, mas mandou pra fora.

O primeiro tempo terminou assim: muito ansioso, mas com o Remo um pouco melhor. O trabalho no vestiário parecia definido. Era preciso tranquilizar os jogadores e utilizar a energia das arquibancadas a favor do elenco. Já o Náutico, restava esperar o adversário e aproveitar brechas na defesa para abrir o placar. 

Segundo tempo

image Gol do Remo foi no último minuto (Thiago Gomes/ O Liberal)

Na segunda etapa, parecia que as equipes sentiram menos a ansiedade do primeiro tempo. Era possível ver jogadas mais trabalhadas e chances de gol mais claras. A primeira delas, inclusive, foi do Náutico.

Aos sete minutos, Júnior Tavares invadiu a área, bateu cruzado e tirou tinta do gol de Thiago. Era reflexo de um Timbu melhor. Assim como ocorreu no início do primeiro tempo, o início da segunda etapa foi ao gosto da equipe pernambucana.

As coisas, aos poucos, foram mudando. O Remo mexeu, colocou Lucas Tocantins no jogo e, assim como vem ocorrendo em outras partidas, cresceu ofensivamente. O atacante, apesar de não ser um grande driblador, como é Victor Andrade, possui um preparo físico impressionante, que ajuda no fôlego azulino no último terço.

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Frank Silva trabalha na venda de churrasquinhos há 25 anos e está na partida contra o Náutico, pela Série B

A partir dele, as melhores chances foram criadas. Aos 19, o jogador foi lançado na área, o goleiro do Náutico afastou mal e Arthur quase abriu o placar. Aos 22, o atacante chutou colocado, da entrada da área, quase marcou.

O resto do segundo tempo foi isso: ataque azulino, contra defesa alvirrubra. Gedoz, o homem que teve a bola do jogo no primeiro tempo, fez um cruzamento na medida para Jefferson, que cabeceou travado. Na sequência, em cobrança de escanteio, foi a vez de Jansen balançar as redes, mas o gol acabou sendo anulado.

O empate parecia ser sacramentado. Mas como toda grande história, o resultado do Remo teve um herói improvável. O criticado atacante Jefferson aproveitou boa cobrança de escanteio e cabeceou pro gol. Êxtase total para os quase 4 mil torcedores no Baenão, vibração dos atletas e lágrimas de Felipe Gedoz. Resultado final: Remo 1 a 0.

Ficha Técnica

Remo 1 x 0 Náutico
26ª rodada da Série B
Data: 24 de setembro de 2021
Hora: 19h
Local: Estádio do Baenão, em Belém
Cartões vermelhos: Carlão aos 46'/2T (NAU)
Cartões amarelos: Wellington Silva 17/1T, Rafael Jansen 3/2T e Lucas Siqueira 4/2T (REM); Carlão 27/1T (NAU)
Arbitragem
Central: Leo Simão Holanda (CE)
Assistentes: Cleberson do Nascimento Leite (CE) e Eleutério Felipe Marques Junior (CE)
Quarto Árbitro: Joelson Nazareno Ferreira Cardoso (PA)
VAR: Marcio Henrique de Gois (SP)
Remo: Thiago Rodrigues; Wellington Silva (Thiago Ennes), Rafael Jansen, Marlon e Raimar; Marcos Júnior (Pingo), Arthur e Lucas Siqueira (Neto Moura); Rafinha (Lucas Tocantins), Felipe Gedoz e Victor Andrade (Jefferson). Técnico: Felipe Conceição
Náutico: Alex Alves (Jefferson); Hereda, Yago, Carlão e Breno; Rhaldney (Djavan), Matheus Trindade e Jean Carlos; Júnior Tavares (Maciel), Álvaro (Giovanny) e Vinícius. Técnico: Marcelo Rocha

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