Há 24 anos! Castor relembra gol contra pelo Remo que o tirou da mira de campeão da Libertadores

“O futebol é uma caixinha de surpresa”, essa frase do comentarista Benjamim Wright, que era pai do ex-árbitro José Roberto Wright, nunca fez tanto sentido para remo e Corinthians-SP, no dia 9 de abril de 1996. Nesta data, um lance inusitado marcou para sempre a vida de um jogador remista e tira o sono do torcedor azulino 24 anos depois.

Leão e Timão se enfrentavam em Belém, no Mangueirão, pelas oitavas de final da Copa do Brasil de 1996. No primeiro jogo, em São Paulo, as equipes empataram em 0 a 0. A equipe paulista tinha jogadores experientes e com passagens na Seleção Brasileira, como o lateral Sylvinho, o volante Zé Elias, os meias Marcelinho Carioca e Souza, além do atacante Edmundo.

Uma vitória simples dava ao Remo a classificação. Mangueirão lotado, torcida do Corinthians também presente e o Remo bem no jogo. Na defesa, o goleiro Claudecir e os zagueiros Ney Sorvetão e Belterra seguravam a linha de frente paulista.

FESTA AZULINA

O Remo teve boas chances de abrir o marcador, mas o gol remista saiu aos 27 minutos da segunda etapa. Após cobrança de falta, a bola toca na barreira e sobra para o lateral esquerdo Júnior estufar a rede do goleiro Maurício. Leão 1 a 0 e com um pé na próxima fase.

PRESSÃO DO CORINTHIANS

O gol fez com que a equipe paulista fosse toda para o ataque. As chances foram criadas, mas a equipe paulista não conseguia o empate. O meia Marcelinho Carioca arriscava de fora da área, mas parava nas defesas de Claudecir e com isso o Remo foi ficando perto da classificação.

PESADELO REMISTA

Mas a tão sonhada passagem para as quartas de final da Copa do Brasil acabou para o Remo em um lance inusitado. O Corinthians pressionava o Remo e em uma jogada pelo lado esquerdo a bola foi cruzada na área, a zaga remista afastou para a entrada da área, o jogador do Corinthians chutou errado, a bola ficou quicando na área e Castor, jogador que havia entrado durante a partida chutou contra o próprio gol, marcando contra, aos 47 minutos da segunda etapa, empatando o jogo em 1 a 1, dando a classificação ao Timão, pelo gol marcado na casa do adversário.

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CASTOR

Rozivan Pantoja de Melo, o Castor, hoje está com 47 anos, trabalha na Delegacia Geral do Estado, relembrou a situação e disse que o gol contra custou um contrato com uma equipe campeão mundial.

“Eu não consegui dormir por um tempo, mas consegui me recuperar emocionalmente. O gol contra fez eu perder um contrato com o Grêmio. Já tinha acertado com a direção, salário bom, apartamento e um carro disponível. Depois do gol fui informado que não queriam mais e levaram o Rogério Belém”, disse.

O jogador disse que até hoje leva na “esportiva” o que ocorreu em 1996, mas que o torcedor mais novo possui uma revolta grande, coisa que não viveu na época quando era jogador.

“Eu relevo as brincadeiras, normal. Eu sofri a pressão da época, mas hoje em dia alguns torcedores mais novos, que não viveram essa situação é grande. Fui campeão pelo Remo, fui homenageado pelo clube, joguei fora do país, na Coreia, tudo pelo que eu fiz atuando no Remo. A minha consciência está tranquila”, falou.

FICHA TÉCNICA

Copa do Brasil – oitavas de final – jogo de volta

Local: Estádio mangueirão – Belém (PA)

Data: 09.04.1996

Gols: Júnior (Remo) e Castor (contra-Corinthians)

Cartões amarelos: Cris, Bernardo, Júlio César e Edmundo (todos do Corinthians)

REMO: Claudecir; Marcelo Silva; Walber (Flávio), Belterra, Ney e Júnior; Clébertong, Zedivan (Castor) e Rogério Belém (Andrey); Ageu e Edil. Técnico: Waldemar Carabina.

CORINTHIANS: Maurício; Sylvinho (João Paulo), Cris, Henrique e Carlos Alberto; Bernardo, Zé Elias, Marcelinho Carioca e Souza (Tupãzinho); Leonardo (Júlio César) e Edmundo. Técnico: Eduardo Amorim.