Favorável à criação da Libra, presidente do Remo afirma sobre projeto: 'Oportunidade única'

Apenas clubes das séries A e B fariam parte da nova Liga; Remo e Paysandu, neste momento, não participariam

Andre Gomes
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Os clubes das séries A e B do futebol brasileiro discutem a criação da Liga Brasileira de Clubes (Libra). Ainda em fase de negociação, a promessa é de um modelo semelhante ao que ocorre nos principais campeonatos europeus. Ou seja, a nova Liga seria organizada pelas agremiações, com uma participação menor da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), definiria o calendário e muito mais.

Até o momento, 10 clubes já se aliaram à Libra: Botafogo, Flamengo, Vasco, Bragantino, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Ponte Preta e Cruzeiro. No entanto, são precisos 13 para que a Liga seja criada. Em caso de aprovação, a CBF - que se demonstrou favorável à constituição da organização - ficaria responsável apenas pelas séries C e D, além da Copa do Brasil. Ou seja, hoje, a dupla Remo e Paysandu não faria parte do grupo.

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Favorável

No entanto, em contato com a equipe de esportes de O Liberal, o presidente do Remo, Fábio Bentes, se demonstrou favorável à criação da Libra, principalmente pelas razões financeiras:

"Sim, somos favoráveis à criação da Liga. Até porque é uma oportunidade única: o fortalecimento dos clubes e o poder de decisão fica centralizado nas mãos do clubes, especialmente nas negociações dos direitos de transmissão e nos direitos comerciais da competição. Hoje os direitos estão concentrados em um único grupo de comunicação e a gente vai poder, além de aumentar o valor, dividir", disse Bentes. "Por exemplo, streaming pode ser negociado com um grupo de comunicação, a TV fechada com outro, a TV aberta com outro, pay-per-view com outro. Criar novas formas de negociações, inclusive valorizando as transmissões via redes sociais. Negociando com diversos grupos, a gente consegue aumentar os valores. Este é o principal ganho imediato com a criação da Liga", completa.

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Discussões

O principal ponto de discussão entre os clubes é a forma distribuição das receitas. Os que já assinaram definiram que, caso as receitas cheguem em até R$ 4 bilhões, o montante será repartido da seguinte forma: 40% entre todos os participantes, 30% pela performance de cada equipe e mais 30% de engajamento - tamanho da torcida, presença nos estádios, audiência, redes sociais.

Caso supere os R$ 4 bilhões, aí seria uma divisão mais parecida com a do futebol inglês, que define 50% de forma igualitária, 25% por performance e mais 25% pelo engajamento. À princípio, as projeções seriam de que a receita da Libra seria de R$ 5,1 bilhões.

"Há alguns ajustes a serem feitos. O processo ainda está em discussão e tenho acompanhando. À princípio, a Liga vai incluir apenas as séries A e B. Existem várias iniciativas sendo discutidas, mas esta, que ganhou corpo, você só faz parte quando consegue o acesso [da Série C para a B]", disse o presidente do Remo.

Participação da CBF

Fábio Bentes também explicou que a CBF continuaria sendo parte do processo. A entidade que controla o futebol nacional seria o meio de regularização dos atletas (Boletim Informativo Diário), ainda organizaria as arbitragens e teria participação em outras questões também.

"[A Liga] é o caminho para o futebol. A Série C, à princípio, continuaria sendo organizada pela CBF, mas ela não deixaria de participar das séries A e B. Por exemplo, se precisa da CBF para uma série de coisas: definição de arbitragem, o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) que precisa continuar existindo, algumas etapas de organização e centralização de informações. Então, não há como descartar a CBF deste processo", concluiu Bentes.

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