Esposa de jogador do Remo assassinado se emociona com exposição e é presenteada com obra
Thamires Silva, esposa do jogador Ricardinho, que foi assassinado em outubro do ano passado falou da saudade, da rotina que tinha com o atleta e de como está a vida após a morte do esposo
A exposição “Momentos”, do fotógrafo Silvio Garrido, levou várias pessoas ao Parque Shopping, em Belém, para conferir o trabalho do publicitário. E uma pessoa, em especial, marcou presença na exposição. Thamires Silva, esposa de Ricardinho, jogador do Remo assassinado em 7 de outubro de 2024, no município de Marituba, visitou a mostra que traz, entre as imagens expostas, fotos do atacante que foi cria da base remista. Na ocasião, ela foi presenteada com um quadro do marido.
Passados três meses da morte de Ricardinho, Thamires ainda se emociona ao falar do companheiro, que à época do assassinato tinha apenas 22 anos. Na imagem eternizada pelas lentes de Silvio Garrido, o atacante aparece em partida disputada durante o Parazão de 2023.
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Thamires falou das dificuldades que Ricardinho enfrentava no futebol, morando longe dos locais de treino, dos empréstimos do atacante para outros clubes, além da contusão sofrida em São Paulo.
“Eu sinto muito orgulho do Ricardo. Já sentia antes mesmo do ocorrido, pois sempre vi o esforço dele desde a base, quando foi para o Santa Rosa, quando viajou para jogar no Rio Branco-SP e se machucou lá. Ele não tinha dinheiro, ele fazia tudo isso por amor ao futebol. Acordava às 5h da manhã, ia para o CT do Remo, que fica em Outeiro, e a gente morando em Marituba, era uma viagem todos os dias”, falou.
Diante da morte prematura de Ricardinho, Thamires afirma que a saudade é grande, e que todos - familiares e amigos - sofrem com essa situação, mas, que tenta seguir a vida. Porém, a ausência do companheiro trouxe uma situação complicada, que mexe tanto com ela como com os familiares do jogador. “Minha vida virou de cabeça pra baixo, mudou tudo, nossos planos, nossas vidas, pois morávamos juntos. É bem difícil, não está nada fácil pra mim, para a família dele. A mãe dele sofre muito, mas tenho que viver a vida como Deus manda”, comentou.
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Entenda o caso
Ricardinho e outros dois jovens foram assassinados no dia 7 de outubro de 2024, em Marituba, Região Metropolitana de Belém. O jogador foi morto por engano por quatro criminosos, em uma perseguição a um homem que pertencia a uma facção. Ricardinho e o amigo Flávio estavam em uma calçada tomando refrigerante, após uma partida de futebol, que foi disputada em uma arena próxima. Um veículo parou em frente aos amigos, um ocupante saiu do carro e disparou várias vezes contra os amigos, que faleceram no local. Logo após os crimes, uma nova vítima foi assassinada, próximo a um mercadinho.
Prisão
Após investigações da Polícia Militar, um homem chamado caio Roberto dos Santos Oliveira foi preso, em uma residência no bairro da Terra Firme, em Belém, em um local conhecido como “Abrigo”. O preso relatou que o crime estava relacionada à rivalidade entre facções na Grande Belém e que o Ricardinho estava no “local e na hora errada”.
Carreira de Ricardinho
Ricardinho era atacante, cria das categorias de base do Remo e chegou a jogar pela equipe profissional na temporada de 2023, quando fez três partidas. Além do Remo, Ricardinho atuou com a camisa do Santa Rosa, de Icoaraci e fez parte da campanha em que levou o Santinha à elite do futebol paraense. Na temporada de 2024, o jogador foi emprestado pelo Remo ao Rio Branco-SP, mas lá acabou se machucando e retornando a Belém para realizar o tratamento e voltar a atuar pelo Remo.