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Entenda os problemas defensivos que fizeram o Remo perder para o São Bernardo, na Série C

Quadro Tático analisou derrota azulina na última quinta (4). Falhas na lateral e falta de compactação foram principais ‘vilões’ azulinos.

Caio Maia
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A torcida azulina tomou um susto nesta quinta-feira (6). Com bons números - e desempenho - na temporada 2023, o Remo teve pela frente, na primeira rodada da Série C, o adversário mais organizado do ano: o São Bernardo. O Tigre do ABC dominou o Leão no estádio Primeiro de Maio e não teve dificuldades para sair de campo com a vitória de 3 a 1. Para construir o placar, o Bernô não só utilizou bem as armas que tinha, mas também aproveitou pontos fracos do Time Periçá.

O Quadro Tático desta semana observou a partida entre Remo e São Bernardo e explica os motivos pelos quais a equipe treinada por Marcelo Cabo saiu de campo derrotada na estreia da Terceirona.

Remo diferente

Para compreender o mau desempenho azulino é importante que os olhares sejam voltados ao comportamento defensivo. No duelo contra o São Bernardo, o Leão se defendeu num 4-4-2, com a primeira linha sendo composta pelos laterais mais os zagueiros, e a segunda marcação por Richard Franco, Uchôa, Pablo Roberto e Matheus Galdezani.

Este tipo de marcação, no entanto, não estava sendo adotado pelo Leão Azul no decorrer da temporada. Desde que Marcelo Cabo achou um "time ideal", o Leão tem marcado numa espécie de 4-1-4-1. Uchôa, importante peça remista, fazia a função de "jogador entre linhas", cobrindo os espaços gerados no meio das duas linhas de quatro.

A mudança, talvez por não estar 100% adaptada ao elenco azulino, não foi bem executada. Contra o Bernô, Uchôa costumava ficar um passo atrás dos demais jogadores que compunham a segunda linha de quatro. A marcação assimétrica deixava espaço entre as camadas de defesa azulinas, que foram bem aproveitados pelo time paulista.

image Uchôa um passo atrás da linha de defesa do Remo (Divlgação/ DAZN)

Falta de compactação

O jogo entrelinhas foi a chave para o São Bernardo construir o resultado. Nos primeiros 15 minutos de jogo, quando a equipe de São Paulo fez bastante pressão e marcou o primeiro gol, quase todos os lances de perigo surgiram em jogadas criadas nesse precioso espaço gerado na entrada da área azulina.

As brechas na defesa foram originadas pela falta de compactação. A assimetria das linhas de marcação faziam com que elas não se juntassem. Assim, havia um "clarão" entre a zaga e o meio de campo, que foi amplamente explorado pelo Bernô. Os jogadores do Tigre que se destacaram atuando pelo setor foram Matheus Oliveira e Léo Jabá.

image Observe como Léo Jabá avança pela esquerda sem marcação. Além disso, percebe-se um grande "clarão" entre as linhas de defesa remistas (Divulgação/ DAZN)

Fragilidade do lado direito

Um dos pontos fracos remistas foi o lado direito da defesa. Para compreender isso, precisamos analisar como se comportava o Remo na "transição defensiva", ou seja, no momento em que a equipe perdia a posse de bola e precisava se recompor.

A transição remista era baseada no reagrupamento, quando os jogadores não partem para a roubada de bola, mas sim procuram assumir as posições da formação defensiva (que no caso era o 4-4-2). No entanto, devido aos encaixes do período ofensivo, quem ficava responsável pela cobertura do lado direito não era o lateral Lucas Mendes, mas sim o zagueiro Diego Guerra. O camisa 3 do Leão não tinha a velocidade necessária para acompanhar os avanços do Bernô, sobretudo aqueles puxados por Léo Jabá. O terceiro gol, inclusive, saiu em falha no setor.

Momento ofensivo anulado

Nos 15 primeiros minutos, o Remo realizou a "transição ofensiva" - o momento em que a equipe ganha a posse de bola e precisa atacar - pelas laterais. No entanto, as jogadas não eram completadas por dois motivos: alta pressão pós-perda do São Bernardo e falta de compactação entre as linhas. Dessa forma, o Bernô facilmente roubava a posse, seja por extrema pressão em cima do jogador com a bola, ou por passes errados azulinos.

No decorrer do jogo, o Leão foi mudando a forma de transicionar, passando a atacar mais pelo meio. Nesses momentos, Pablo Roberto e Muriqui voltaram a se conectar, mas tinham jogadas geralmente interceptadas pela defesa do Tigre. Faltou uma maneira de "abrir" as linhas de marcação do Bernô para chegar ao gol.

image Perceba a intensa pressão pós-perda da equipe do São Bernardo. (Divulgação/ DAZN)
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Remo
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