Após ser anunciado como novo técnico do Corinthians, Cuca terá 'reencontro de milhões' com o Remo
A relação do treinador com o time paraense é longa e começou quando ele ainda era jogador; três décadas vem o reencontro na terceira fase da Copa do Brasil
Assim que o nome de Cuca foi anunciado como novo técnico do Corinthians, o destino se encarregou de colocá-lo mais uma vez no caminho do Clube do Remo. A primeira vez em que a história de ambos se cruzaram foi a exatos 29 anos, no distante ano de 1994. De lá para cá, o atleta amadureceu, se aposentou e virou um dos treinadores mais reconhecidos do futebol brasileiro. No próximo dia 26, ele terá um encontro especial, possivelmente na estreia do novo cargo, contra o mesmo Remo que há quase três décadas lhe recebeu de braços abertos em Belém do Pará.
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Paranaense de 59 anos, Cuca iniciou profissionalmente no futebol em 1984, no Santa Cruz-RS. Permaneceu em clubes do sul do país até se transferir para o Real Valladolid, da Espanha, em 1990. Retornou para o Brasil em 91, defendendo a dupla Gre-Nal antes de ir para o futebol paulista, onde jogou por Palmeiras, Santos e Portuguesa. Em 1994 foi contratado pelo Clube do Remo, que disputaria a Série B daquele ano. Em campo, o time não foi muito bem e acabou rebaixado, não sem antes viver alguns bons momentos com o uniforme azul marinho.
Em um deles foi a histórica goleada do Remo sobre o Cruzeiro, em pleno Mineirão, pelo placar de 5 a 1. Apesar disso, o time patinou na competição e conseguiu apenas seis vitórias, cinco empates e 14 derrotas. Além disso, coube ao maior rival da Raposa, o Atlético-MG, tirar a forra pelos mineiros e enfiar 6 a 0 no Leão Azul, que acabou rebaixado. Ao final da temporada, Cuca recusou e devolveu um cheque de R$ 5 mil do clube, como pagamento de salário.
"Tinha um cheque para receber e devolvi. Eu não achei justo, naquela época, ficar com aquele dinheiro. Pessoal disse que eu tive uma grande atitude, mas acho que fiz o certo", disse ele em entrevista anos depois. Ao todo, Cuca disputou 13 partidas e marcou dois gols pelo Remo, antes de seguir carreira no Juventude e se aposentar após a passagem pela Chapecoense, em 1996. Nos dois anos seguintes, Cuca se aprofundou nos estudos sobre o futebol e estreou como técnico no Uberlândia, em 1998. Começaria ali um novo capítulo na carreira de Cuca, que mais uma vez teve o Leão Azul no caminho.
SAIBA MAIS
Na virada da década de 2000, o Remo vinha de uma boa campanha no Módulo Amarelo da Copa João Havelange, terminando em terceiro lugar na competição equivalente a Série B dos dias atuais. A campanha deu ao time a chance de disputar a elite no ano seguinte, mas uma virada de mesa acabou deixando o Remo de fora e os paraenses tiveram que se contentar em permanecer na segunda divisão. Para tanto, procuraram um nome de peso e a referência dada por Paulo Bonamigo foi justamente a de Cuca.
E assim foi. O agora treinador comandou o Remo durante a competição, mas os maus resultados não foram suficientes para mantê-lo no cargo e ele acabou demitido no meio da temporada, depois de deixar o time na 19ª posição, próximo à zona de rebaixamento. Depois de deixar Belém do Pará, Cuca passou por dezenas de clubes e se tornou um dos profissionais mais vitoriosos de sua geração, conquistando inclusive o título da Libertadores da América pelo Galo Mineiro.
Na próxima quarta-feira (26), Cuca e Clube do Remo têm um novo encontro marcado, pela terceira fase da Copa do Brasil. A vantagem no confronto é azulina, após vitória por 2 a 0 no jogo de ida, em Belém. Os azulinos vão com todas as forças, atrás da classificação e da cota de R$ 3,3 milhões. Será um teste e tanto para um time recheado de estrelas que, mesmo assim, vem atravessando uma grave crise, que precisa ser resolvida por um velho conhecido dos azulinos.