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A quatro jogos do fim da primeira fase, cenários à frente do Remo exigem mais do que futebol

O planejamento da temporada está por um fio, mas time ainda depende apenas de si para seguir vivo na Terceirona

Luiz Guilherme Ramos
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O mês de agosto é decisivo para o Remo. Isso porque a partida do dia 24, contra o São José-RS, pode ser a última da temporada caso o Leão não consiga se classificar para a segunda fase da Série C. A equipe está fora da zona de classificação faltando quatro rodadas para o fim da primeira fase, precisando de um aproveitamento de 83% dos pontos que faltam. Na matemática, a missão é indigesta, mas na raça, nada é impossível para um time que ainda depende apenas de si.

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O Clube do Remo chegou a Série C com um dos investimentos mais altos entre os participantes. Estima-se que a folha salarial esteja entre R$ 800 mil a R$ 1 milhão de reais. Um custo elevado para uma gestão que vive "sob o olhar sanguinário do vigia", parafraseando o rapper Mano Brown. Se passar de fase, o torcedor azulino vira a chave. E para alcançar o feito, o time ainda depende exclusivamente de si.

Cenários

Na visão de quem observa o futebol, o panorama azulino não é dos piores, Para o jornalista Carlos Ferreira, a verdadeira mudança necessária está na mentalidade das gestões que repetem ações negativas do passado.

"O Remo está na Série C desde 2016. Nesse tempo, o clube só passou da primeira fase uma vez, quando subiu à B e voltou. É uma rotina. Este ano o investimento foi até mais arrojado para subir, mesmo assim se vive no sufoco. Nas minhas contas, o Remo está no bolo. Londrina e Ypiranga devem confirmar classificação e restará uma vaga para Remo, Figueirense, Tombense e Náutico, embora numa situação mais difícil", avalia.

Na próxima rodada, dependendo dos resultados, o time pode chegar ao G8. Basta vencer a Aparecidense e torcer por uma derrota do Figueirense e a não vitória do Tombense. Pelo critério de desempate, o Remo teria uma vitória a mais sobre o time catarinense, mas ainda precisará passar por verdadeiras "carnes de cabeça".

"O jogo mais difícil, em tese, será contra o Londrina, se bem que contra o Confiança também é encardido. Normalmente a gente só enxerga o Remo, mas está muito difícil para o Náutico, não está fácil para a Tombense, não está nada fácil para o Figueirense. São times instáveis", acrescenta. Apesar dos riscos, uma classificação heroica, no entanto, traria uma oxigenação absurda para a sequência do campeonato.

"Se conseguirem, chegam muito forte à próxima fase, pois emergem de um sofrimento. E num clube de massa, isso funciona como uma mola propulsora. O que o Remo sofre hoje, se conseguir superar, chega muito forte na briga pelo acesso", completa.

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Identidade

Outra observação pertinente reside na identificação dos atletas. Conviver com uma pressão acima da média não é fácil. Quem já esteve no lugar sabe como funciona. Ex-lateral-direito do Remo, o paraense Levy viveu por muitos anos nessa tensão, sendo um dos jogadores mais estáveis do clube em épocas onde ora a luta era por uma vaga na Série D, ora na briga por uma acesso. Ele conta que muitos tinham o respeito do torcedor por algo que hoje falta em alguns atletas.

"Joguei por muito tempo no Remo. Entre idas e vindas foram dez anos, cinco títulos, acesso. Então eu consegui criar uma identidade muito grande. E não só a mim, mas a outros jogadores também. Mas infelizmente nos dias de hoje essa crise de identidade, de formar atletas que realmente vistam a camisa e querem que o clube realmente mude de patamar, é difícil de encontrar", acrescenta.

image Levy foi tetra campeão paraense com a camisa azulina (Tarso Sarraf / Arquivo OLiberal)

Quanto ao futuro, Levy se mostra otimista. "Ele tem que, praticamente, ganhar os quatro jogos para poder se classificar. Eu não acho que seja uma tarefa impossível, porém também longe de ser fácil. E isso é normal. É normal pela grandeza que o Remo é, né? Eu que sou paraense entendo perfeitamente isso. E entendo também que quem é de fora do estado não tem dimensão da grandeza e acaba que alguns jogadores sentem muito".

Nos próximos quatro jogos o Remo terá o seu destino definido. O ex-lateral entende que, nesse momento, vale tudo para incentivar o elenco, já que somente pela hora do 'vamos ver', nem sempre vai.

"Eu acredito que a diretoria, juntamente com a Comissão Técnica, têm premiações individuais, premiações coletivas para incentivar esses jogadores. Infelizmente o futebol funciona dessa maneira. Mas nada disso adianta, volto a repetir, se o jogador não tiver personalidade. Quando eu falo de personalidade, falo realmente de perder o medo de vestir essa camisa, confrontar um contra um, porque eu acredito que esses jogos realmente celebram o jogador dentro do clube", encerra.

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Remo
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