Rafaela Silva não consegue reduzir pena por doping e está fora de Tóquio
Corte Arbitral do Esporte mantém suspensão de dois anos por caso de doping descoberto no Pan de Lima, e judoca não poderá lutar pelo bicampeonato nos Jogos do ano que vem
Campeã olímpica na categoria até 57kg do judô nos Jogos do Rio-2016, Rafaela Silva não conseguiu a redução da suspensão de dois anos por doping na Corte Arbitral do Esporte (CAS), instância máxima da Justiça esportiva. De acordo com a decisão anunciada nesta segunda-feira, a pena aplicada pela Federação Internacional de Judô (IJF) será mantida e, com isso, a atleta não poderá lutar pelo bicampeonato em Tóquio, no Japão, no ano que vem.
A carioca perderá a medalha de bronze individual conquistada no Campeonato Mundial do ano passado, e o Brasil ficará sem o bronze conquistado na prova por equipes do mesmo evento.
A audiência do julgamento do recurso aconteceu no último dia 10 de setembro, com participação da judoca e das testemunhas de defesa, além dos advogados Marcelo Franklin e Thomaz Paiva, do bioquímico Fernando Fonseca e do médico Ronaldo Abud.
A atleta recebeu dois anos de suspensão em janeiro deste ano, após ter sido flagrada com a substância fenoterol, durante os Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019. Enquanto aguardava o julgamento, ela se colocou em suspensão voluntária no dia 25 de outubro.
Ao ser comunicada da medida, trocou a defesa, que era feita por Bichara Neto, e contratou o advogado Marcelo Franklin para tentar reduzir a pena a tempo da nova data dos Jogos. Com o adiamento causado pela pandemia do Covid-19, existia uma expectativa de que a brasileira conseguisse competir.
Se o gancho caísse para 16 meses (em caso de culpa moderada) ou até oito meses (sem culpa, mas penalizada por negligência), Rafaela poderia disputar os Jogos de Tóquio. Diante da derrota nos tribunais, ela só estará apta a lutar novamente em novembro de 2021.
Inicialmente, Rafaela atribuiu o contato com fenoterol, comum em remédios para doenças respiratórias, após brincar com Lara, de sete meses, que toma medicamentos para asma. A tese da defesa era de que o fenoterol entrou no organismo de Rafaela após ela ter dado o nariz para a menina chupar, em gesto de brincadeira.
Com Marcelo Franklin, a versão mudou, e a judoca tentou provar que teria sido "acidentalmente contaminada com a substância proibida pelo contato com sua colega de quarto ou com torcedores durante os Jogos Pan-Americanos", conforme informou o CAS em comunicado. Também não teve sucesso.