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Torcedor do Paysandu que veio da Bahia e perdeu jogo em Belém assiste acesso em Volta Redonda

A história do arqueólogo Moisés Leão sofreu uma reviravolta positiva; quis o destino que o baiano torcedor do Paysandu presenciasse o acesso em pleno Rio de Janeiro

Luiz Guilherme Ramos

Em janeiro deste ano, o arqueólogo baiano Moisés Leão impressionou o torcedor bicolor mais fervoroso, ao contar sua história de superação geográfica para conhecer o clube do coração, o Paysandu. O bicolor baiano usou a boa e velha carona para viajar do nordeste até a capital paraense, com o único desejo de assistir a um jogo do time, mas quis o destino, em dois lances, que o plano saísse do esperado e voltasse ao trilhos como em um passe de mágica. Depois de perder a estreia do clube no Parazão, a vida o guiou até Volta Redonda, onde assistiu nada menos que o acesso à Série B.

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Moisés passou seis dias viajando, unicamente de carona, para chegar em Belém no dia 13 de janeiro. A estreia do Paysandu no Parazão estava marcada para o dia 22, mas uma decisão da justiça barrou o início do campeonato e ele precisou se virar como pôde, incluindo a ajuda do próprio clube e de outros torcedores. Sem ver uma partida do time, Moisés seguiu viagem e retornou para o Bahia, onde acompanhava diariamente o time na Série C, quando, de repente, veio um estalo que o levou a fazer mais uma tentativa na última rodada do quadrangular decisivo.

"Eu estava em casa, em Lençóis-BA, sem planejamento de ir para esse jogo. Eu tenho alguns compromissos de trabalho, então já estava descartando a possibilidade de pegar carona até o RJ. Já tinha meio que tomado a decisão de assistir o jogo de longe, por maior que fosse a minha vontade de estar no jogo do acesso. Desde a minha última ida a Belém para tentar assistir um jogo oficial do Paysandu em casa, eu não fui pra nenhum outro jogo do papão na C. Então da noite pro dia, resolvi vir pro Rio", conta. Decidido a ir, o resto foi fácil. 

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"Olhei a passagem de Lençóis para Salvador e de Salvador pro Rio. Estava no orçamento e decidi vir, sem planejamento também. Eu decidi isso na quarta feira de manhã, dia 2/10, nesse mesmo dia, pela noite, já estava a caminho de Salvador para pegar o ônibus para o Rio. Sem pensar muito, movido pela payxão, fiz um contato com um primo meu que mora lá e fiquei hospedado na casa dele. Fui até Volta Redonda bem cedo pra garantir o ingresso e aí comecei a encontrar alguns torcedores que também estavam na cidade", lembra. 

Moisés, por ironia do destino, foi um dos poucos agraciados torcedores do Paysandu que estiveram no estádio Raulino de Oliveira, presenciando a história sendo escrita em favor do Papão da Amazônia. "Eu sabia que seria um jogo emocionante de qualquer forma, mas ainda assim fui pego de surpresa, tanto pela energia que a torcida estava quanto pelo drama do jogo. No finalzinho eu mal conseguia olhar para o campo, de tão nervoso, mas quando veio o apito final... a festa da torcida, todo mundo se abraçando, chorando... e comigo não foi diferente, um dos dias mais emocionantes da minha vida", garante. 

imageMoisés junto à torcida bicolor, no estádio Raulino de Oliveira, palco do acesso bicolor à Série B.  (Arquivo Pessoal)

Depois, enfim, de presenciar uma grande conquista, Moisés reafirmou seu sentimento de amor ao clube, que também o adotou como um filho. Apesar de não ter visto um jogo oficial em janeiro, ele foi recebido no estádio, conheceu o gramado de jogo e toda a estrutura da Curuzu, estreitando os laços de amor e carinho com a única representante paraense na Série B. Para ele, o acesso foi um presente dado em nome do dia em que Moisés resolveu torcer para o Lobo. "Em volta redonda conheci muito torcedor do Papão com história parecida com a minha, gente que veio de Campinas, Paraná, que também não tem vínculo com ninguém do Pará. O Paysandu é muito maior do que a gente imagina, não acho que a minha paixão é exclusiva, temos apayxonados por todo o Brasil, e que nem eu disse na primeira entrevista, paixão não tem muita explicação não, a gente só sente", encerra. 

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