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Tática, forma de jogar, contusões e intensidade; colunista detalha desempenho do Paysandu na Série B

Colunista e jornalista de O Liberal, Carlos Ferreira fez um balanço do Papão na disputa da Série B

Fábio Will
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O Paysandu vive um momento difícil na Série B, são seis jogos sem vencer e a aproximação da zona de rebaixamento, deixa o torcedor com o “sinal de alerta ligado”. O clube vem de derrota para o Avaí-SC, na última rodada e terá pela frente na próxima segunda-feira (25), o Mirassol-SP, clube que está na terceira posição e luta pelo acesso. A partida será na Curuzu, onde o Paysandu conquistou a maioria de seus pontos, porém, só tem a 18º campanha na Série B jogando em seus domínios, já que o fator casa não vem sendo crucial para o time na competição.

A equipe de O Liberal conversou com o jornalista e colunista, Carlos Ferreira, que traçou um resumo do Paysandu na disputa da Série B. Ferreira levantou pontos importantes, muitos deles citados pelo técnico Hélio dos Anjos em suas coletivas, que levaram o time a ter esse baixo rendimento, principalmente dentro de casa e ao lado do seu torcedor.

Limitações táticas

Carlos Ferreira citou limitações táticas do Paysandu durante a disputa da Série B. Para o colunista a forma como o clube bicolor é acostumado a jogar, faz com que as lesões e a pouca tática acabem aparecendo durante a Segundona.

“O Paysandu do técnico Hélio dos Anjos é um time de intensidade, de imposição física e ele sempre disse isso e vimos isso de fato, na Copa Verde, estadual, Série C e alguns jogos da Série B, porém a Segunda Divisão é uma competição diferente, pois é uma ‘maratona’ de jogos com viagens. Teve um período com partidas praticamente semanais, mas agora o clube vem fazendo três jogos em oito dias. O Paysandu é um time muito mais físico do que tático, dentro da própria definição do Hélio dos Anjos”, disse.

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Desgaste de jogos e viagens

Ferreira citou a maratona de jogos que o time bicolor vem realizando, com praticamente três partidas em oito dias. Para o jornalista o desgaste é um fator importante para que se entenda forma como foi montado o elenco e como vem sendo encarada a Segundona.

“A Série B com maratonas de jogos e viagens gera um desgaste, que vimos na última partida contra o Avaí-SC, um time caricato, que não teve condições de se impor e quando precisa ser tático ele mostra suas limitações. A Série B possui um ritmo mais cadenciado, bem diferente da Série C. A e B são competições de times mais táticos, que não se desgastam tanto e o Paysandu não, ele se mantém com o mesmo perfil de Série C, com intensidade e imposição. Quando falta o lastro físico ele mostra as limitações, pois não tem tanto recurso”, comentou.

Fator casa

Jogar em Belém, que antes era sinônimo de três pontos, hoje é algo difícil, mas não impossível. Dos 25 pontos conquistados na Série B, o Paysandu conquistou 14, empatou muitos jogos e fez boas partidas fora de Belém, vencendo e atuando de forma reativa. Para Carlos Ferreira, o momento da competição e o desgaste contribuem para o que o clube bicolor tenha baixas no elenco, porém o problema poderia ser resolvido na forma de atuar e de ter peças com que fizesse o time ser mais tático.

“O Paysandu em Belém precisa tomar as iniciativas do jogo e para isso é necessário repertório tático para envolver o adversário, mas o time não funciona assim. Tanto que a maior jogada do Paysandu na Série B é chute de fora da área, pelo menos um terço dos gols do time foram feitos dessa maneira. No momento em que a equipe precisa penetrar, envolver e criar, não vemos. O que funciona é a bola na área em busca do Nicolas. Taticamente o time possui série limitações. Já o jogo fora o Paysandu é um time mais reativo”, falou.

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Bloco alto

A forma como o Paysandu atua, com bloco alto é algo que pode ser um dos fatores para que o time sofra um pouco mais durante as partidas. Carlos Ferreira salientou como o time se impõe em campo durante as partidas e, o desgaste em jogar de bloco alto, faz o time ficar vulnerável e mais desgastado em campo, ocorrendo faltas, gols e expulsões.

“O Hélio diz que o time dele é bloco alto e fim de papo. É o que temos visto, time ofensivo, mesmo na casa do adversário, mas qual o preço disso? É um espaço enorme entre a última linha de zagueiros/laterais e o goleiro. Nesse ‘clarão’ o Paysandu tomou muitos gols e nasceram expulsões frequentes. Agora apareceram as sucessões de lesões e é obviamente do estado elevado de fadiga e desgaste dos atletas. No próximo jogo em Belém a torcida irá cobrar esse esforço do time, mas a maioria dos jogadores não tem isso para oferecer pelo estado de desgaste. Isso é um ponto crucial para que o clube tenha essa leitura, para saber o que fazer. Essa é a hora de quem está em melhores condições em dar uma resposta física, pois o Paysandu é um time treinado para se impor fisicamente, mas nesse momento o time não está bem e claramente refletidas em lesões e agora em um rendimento bem abaixo em tantas  jornadas vitoriosas do Paysandu”, finalizou.

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