Quadro tático: 63,6% dos 11 gols sofridos pelo Paysandu nos últimos três jogos vieram de falhas individuais
No entanto, coletivo e o técnico, Márcio Fernandes, têm responsabilidade nos problemas do sistema defensivo
Após duas goleadas sofridas, o Paysandu enfim voltou a vencer. Mas as críticas não cessaram. Com os três gols tomados na vitória por 4 a 3 para o Tapajós, na ida das quartas de final do Parazão, o time chegou à marca de 11 gols sofridos em apenas três jogos. O Quadro Tático traz agora algumas das razões para esta queda de rendimento bicolor.
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Na entrevista pós-vitória sobre o Tapajós, o técnico do Paysandu, Márcio Fernandes, enfatizou os erros individuais com o principal fator para a quantidade de gols tomados. E de fato, os números justificam a fala de Márcio: dos 11 gols, pelo menos sete tiveram influência de uma falha de algum jogador. Ou seja, 63,6% dos gols sofridos:
Confira
Derrota por 4 a 0 para o Castanhal:
* Primeiro gol vem de um pênalti de Dênis Pedra;
* Terceiro vem de uma queda do zagueiro Kerve no lance - gramado também prejudicou bastante;
* No quarto também tem um novo escorregão, dessa vez do lateral Polegar;
Derrota por 4 a 1 para o CSA:
* Segundo gol vem de um erro do zagueiro Marcão, que marca só a bola e perde o tempo dela, em cobrança de escanteio;
* O terceiro surge após uma 'furada' do zagueiro Heverton, ao tentar dar um chutão;
Vitória por 4 a 3 sobre o Tapajós:
* No segundo gol do Tapajós, o goleiro Elias espalma a bola para o meio da área e Bambelo só empurrou para o gol;
* No terceiro, o volante Bileu dá um 'passe' para o adversário e o lance acaba em pênalti para o Boto;
Coletivo e Márcio também têm responsabilidade
Porém, mesmo nos gols em que houve um erro individual, nota-se que o coletivo do Paysandu comete erros básicos que os adversários souberam explorar nas últimas partidas:
* A equipe bicolor é passiva quando o oponente tem a posse, cedendo espaços para o jogador que está com a bola;
* A marcação nas laterais do campo é pouco eficaz. Por isso, times que buscam os cruzamentos contra o Papão, têm liberdade para lançar bolas na aérea bicolor, especialmente porque os pontas não acompanham os laterais adversários;
Isso acontece porque o elenco do Paysandu foi montado para ter a posse durante os jogos. Quando não tem, a equipe sente dificuldades para marcar. No entanto, ao longo da temporada, o Papão enfrentará rivais - principalmente fora de casa - que terão a iniciativa. Portanto, é preciso reforços para a Série C que tenham como características a marcação pressão e facilitem as transições ofensivas - contra-ataques.
Apesar deste números, após a partida contra o Tapajós, o treinador do Papão afirmou: "Lamentável que não temos tempo para trabalhar isso, então faz com que tenhamos mais dificuldades para solucionar os defeitos". No entanto, o Paysandu teve um espaço de 10 dias para trabalhar entre as goleadas do Castanhal e CSA, e na derrota para o Japiim - apesar das condições do gramado -, foram visíveis muitos destes erros.
Para isso existe a figura do técnico, no caso, Márcio Fernandes. Para que a equipe possa corrigir estas falhas e proteger a defesa. Por isso, a responsabilidade também está nas mãos de Márcio. No jogo de quarta-feira (23), às 20h, contra o Tapajós, na Curuzu, o time tem mais uma chance para estancar a sangria defensiva dos últimos duelos.