Paysandu teve troca de executivos, exurrada de contratações e três técnicos em seis meses
Núcleo de Esportes de O Liberal fez um panorama da crise vivida pelo futebol do Papão desde o início da segunda gestão de Maurício Ettinger.
O barco do Paysandu está navegando em mares nada tranquilos na temporada de 2023. Desde a reeleição do presidente Maurício Ettinger, o clube tem passado por instabilidades de gestão, que estão sendo refletidas em campo. No momento, o Papão foi para o terceiro treinador no ano, afundado em uma crise de resultados e mau desempenho no principal torneio do ano, a Série C do Brasileirão.
Nesta quarta-feira (28), o Papão confirmou Hélio dos Anjos como o novo e terceiro treinador da equipe bicolor no ano.
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O Núcleo de Esportes de O Liberal realizou um levantamento das mudanças sofridas no Paysandu nos últimos sete meses — mais precisamente, de janeiro até agora. O Papão teve troca de diretores, contratações aos montes e derrotas acachapantes, em competições nas quais a conquista do título era possível, como o Parazão e a Copa Verde.
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Dois executivos
O executivo de futebol é figura central na organização de um clube. O profissional, além de ser responsável pela contratação de novos jogadores, coordena todo o departamento de futebol, desde as categorias de base até o time principal.
Para esse cargo tão importante, o Paysandu já teve dois profissionais atuando em um único semestre. Logo após a reeleição de Ettinger, Vandick Lima assumiu a posição. No entanto, com a eliminação no Parazão para o Águia de Marabá, o ídolo e ex-presidente bicolor foi remanejado de função (é o atual Diretor Geral de Futebol) e, para o cargo de executivo, foi contratado Ari Barros, ex-Náutico.
"Rebaixamento" de Lecheva
Em 2022, a presidência do Paysandu criou um novo cargo no departamento de futebol: o coordenador técnico. Esse profissional seria responsável por ser o elo entre o executivo de futebol e a comissão técnica. Para a função, o Papão convocou o ídolo Ricardo Lecheva.
No entanto, com os maus resultados do clube na temporada, o cargo de coordenador técnico foi extinto. Agora, Lecheva foi enviado às categorias de base do clube e o elo entre executivo de futebol e comissão técnica não existe mais.
Novo preparador de goleiros
Assim como Vandick e Lecheva, outro ídolo bicolor, que trabalhava no clube, perdeu espaço. Desta vez quem foi preterido foi o preparador de goleiros Ronaldo Willis. No início do ano, o clube contratou outro profissional para a função, Rodrigo Barroca.
Segundo apurações da Redação Integrada de O Liberal, o clube entendia que o departamento precisava de um "reforço", já que os goleiros da equipe profissional eram vistos como "pouco confiáveis". No entanto, a insegurança na meta bicolor se acentuou neste ano. Do início de 2023 para cá, o Paysandu já escalou três goleiros diferentes como titular.
Contratações e dispensas a rodo
Planejamento é a solução para se ter um time competitivo? Não é o que parece para a diretoria bicolor. Desde o início do novo mandato de Ettinger, as contratações são a tônica da temporada. Somente em 2023 já foram anunciados 38 jogadores para o Paysandu.
Equívocos e problemas nos critérios para a escolha dos atletas podem ser medidos pelo número exagerado de dispensas. Desde janeiro, o Paysandu mandou embora 21 jogadores, alguns deles que haviam sido contratados já durante a atual temporada. Há casos, inclusive, de atletas que deixaram a Curuzu sem ao menos ter jogado com a camisa alviceleste, como o volante Léo Baiano.
Terceiro técnico do ano
Depois da derrota, de virada, para o Botafogo-PB na última terça-feira (27) o Paysandu demitiu o técnico Marquinhos Santos e, no dia seguinte, anunciou a contratação de Hélio dos Anjos para o lugar.
No início do ano, quem treinava o Paysandu era Márcio Fernandes, remanescente da campanha de 2022. Após a eliminação para o Águia, no Parazão, Márcio foi demitido e Marquinhos Santos foi contratado para o cargo. No entanto, a permanência do treinador durou apenas 59 dias.
O técnico Hélio dos Anjos, que teve passagem recente pelo Paysandu, em 2019 e 2020, chega a Belém para um contrato curto, de apenas três meses, até o final da primeira fase da Série C do Brasileirão.
Crise de resultados
Já são três as eliminações do Paysandu na temporada. A primeira delas ocorreu ainda em maio, nas semifinais do Parazão, para o Águia de Marabá, nos pênaltis. No mesmo mês, o clube também saiu da Copa do Brasil, após ser duplamente goleado pelo Fluminense-RJ, por 3 a 0.
Outra eliminação, desta vez em uma final, ocorreu na Copa Verde. Após tirar o Remo nas semifinais, o Papão perdeu o título do torneio regional para o Goiás, depois de duas derrotas na decisão, em Belém e em Goiânia.
Na Série C as coisas não melhoraram. Com seguidas derrotas fora de casa, o Paysandu está na 15ª posição na tabela, com 11 pontos conquistados em 10 jogos. Vale destacar que o torneio pode acabar por Papão já em setembro, caso a equipe não consiga classificação à próxima fase do campeonato.
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