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Lembra dele? Ex-zagueiro assume base do Paysandu e comenta acesso para A2 do futebol feminino

Bernardo foi revelado pelo Paysandu e retornou ao clube para coordenar as categorias de base do Papão, após saída de Lecheva

Fábio Will
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O Paysandu conquistou no último domingo (26) o acesso para a Série A2 do Campeonato Brasileiro de futebol feminino. As meninas do Papão venceram nos pênaltis o Rio Negro-RR e garantiram um feito inédito na história do futebol feminino do clube. A conquista foi a primeira do ex-jogador de futebol Bernardo, cria do Papão e que assumiu a corrdenação das categorias de base do Paysandu.

Mesmo sendo a categoria tida como profissional, o departamento de futebol feminino faz parte da coordenação da base, função assumida por Bernardo, o ex-zagueiro bicolor, que se aposentou em 2022 jogando pelo Independente de Tucuruí, se formou como administrador e retornou ao Papão para o lugar de Lecheva, que foi seu treinador e que fez o convite a Bernardo para voltar à Curuzu.

“O convite para trabalhar no Paysandu nessa função foi feito pelo Lecheva. Já havia trabalhado como jogador em vários clubes com ele e veio o convite, que aceitei na hora, foi uma oportunidade de voltar para um local onde me sinto a vontade, em que eu conheço muito bem desde os 13 anos. Voltar ao Paysandu foi incrível e nostálgico, pois voltei para a base. Cheguei ao Paysandu aos 13 anos, fui campeão Sub-15 e Sub-20 pelo clube. Subi ao profissional com 16 anos, assinando meu primeiro contrato. E nessa chegada reencontrei um dos primeiros treinadores que foi o Nad, que hoje exerce a função de observador técnico da base e perceber a evolução que o Paysandu teve”, disse, Bernardo.

Meninas do Papão

A conquista do futebol feminino foi comemorada por todos dentro do clube alviceleste. Para Bernardo, um dos grandes responsáveis desse feito foi o amigo Lecheva, que estava no Paysandu no cargo de coordenador da base e que deixou o clube paraense para assumir o Amazonas-AM como executivo de futebol.

“Foi um trabalho todo arquitetado pelo Lecheva e segui dando continuidade ao trabalho deixado por ele. O acesso foi muito importante para o Paysandu e para a base como um todo, tanto na estruturação, cuidados com os atletas, onde busco manter isso. As meninas demostram qualidade, comprometimento e espírito vencedor. A importância é muito grande para o futebol feminino do Pará em geral. Percebemos a evolução no futebol feminino no Brasil e aqui também, tanto em campeonatos, qualidade das partidas e subir para A2 foi importante e vamos buscar evoluir sempre, já que o nível da A2 é maior”, disse.

image O Papão é Série B também no futebol feminino (@pfsports__ / Instagram @paysandufeminino)

Mas Bernardo não esconde o desejo de marcar o nome no Paysandu também com títulos e vai atrás da primeira conquista com as meninas do Papão na Série A3. O Papão terá pela frente o Vitória-BA, na semifinal e pode chegar à decisão.

“Temos que realizar um bom planejamento [para 2025], mas lógico que pensamos ainda nesta competição de 2024, pois almejamos o título. Mas no ano que vem teremos um campeonato mais longo, fazer um planejamento também com a base, já que temos jogadores Sub-15 e Sub-17 e representar o Paysandu muito bem também no feminino”, falou.

image Bernardo foi campeão paraense com o Papão em 2009 (Marcelo Seabra / Arquivo O Liberal)

Bernardo encerrou a carreira para acompanhar a gravidez de sua esposa e não se arrepende da escolha. O ex-jogador abriu mão dos gramados, investiu em outra profissão e relembra com carinho sua ultima partida como profissional do futebol.

“Encerrei a carreira no Independente de Tucuruí, em 2022. Estava no meu melhor momento físico e técnico. Na minha última partida marquei um gol de cabeça, no Parazão de 2022 e encerrei por motivos familiares. Minha esposa engravidou e como exercia a profissão de jogador, viajava bastante e dei prioridade à minha família, de acompanhar desde o início a gravidez da minha esposa. Eu estava quase formando, resolvi parar e cuidar da minha família”, comentou.

Técnico?

O novo coordenador da base bicolor não pensa em ser técnico de futebol. Bernardo acredita que pode contribuir mais, aliando seu conhecimento como ex-jogador e a teoria em sala de aula cursando administração.

“Não penso em ser treinador, não vejo isso como possibilidade neste momento. Vejo como realidade a gestão do futebol, coisa que me identifico. Motivos que me levou a formação de administração. Tento aliar o processo que tive como jogador de futebol, comissões técnicas, conhecendo treinadores pelo Brasil todo e aliar o conhecimento do futebol que tive com o conhecimento que tive em sala de aula. A gestão da base não passa apenas pela parte técnica de jogadores e membros da comissão. Exige um controle de gastos, planejamento, prestações de contas e aí entra a parte teórica que tive em sala de aula. Então almejo é permanecer a gestão de futebol”, falou.

Mudanças

Bernardo avaliou as mudanças que a categoria de base do Paysandu passou e quer fazer da coordenação e do ambiente base, um local mais humanizado e que prepare não só atletas, mas pessoas para uma sociedade melhor.

“Tomando como parâmetro o meu último ano de base, que foi em 2009, é inegável que teve uma evolução grande. Na época o Paysandu estava na Série C e atualmente disputa a Série B e com uma estrutura infinitamente melhor para o profissional e a base acompanha esse processo, mas temos muito a evoluir, tanto em atletas de qualidades e projetos mais à frente, mas busco na base do Paysandu o cuidado com o atleta, proporcionar aquele zelo e formação como pessoa. Lógico que buscamos títulos, subir jogadores para serem utilizado sno profissional, além dar ao clube retorno sendo com títulos ou financeiramente em uma venda. A formação do ser humano nas categorias de base é fundamental, iniciando no Sub-13 e finalizando no Sub-20. A formação do caráter é primordial e busco implementar tanto com os atletas quanto na comissão técnica”, finalizou.

Carreira como jogador

Como jogador Bernardo atuou por dois anos no profissional do Paysandu, defendeu o Carajás, além do Águia de Marabá, Castanhal, Bragantino, Tuna Luso, São Raimundo e Tapajós, fechando pelos clubes do Pará no Independente de Tucuruí. Jogou também pelo Atlético-GO, Guarany de Sobral-CE, Tocantinópolis-TO, Ypiranga-AP, Fast-AM e Amazonas-AM.

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