Em áudio vazado, diretor do Paysandu desabafa, critica Belém e ataca colega: 'Uma anta'; presidente explica
Presidente do Paysandu revela contexto do áudio e afirma que as críticas à cidade foram faladas pelo diretor em terceira pessoa
Um dia após a derrota no dia do aniversário de 106 anos para o Castanhal no Mangueirão, o Paysandu já recebeu outro problema: o vazamento de um áudio do diretor executivo de futebol do clube, Felipe Albuquerque, falando mal de Belém, desabafando sobre a dificuldade de contratar atletas para um Paysandu com salários atrasados e até mesmo atacando um colega de comissão técnico do Papão de "burro igual a uma porta".
ÁUDIO UM
ÁUDIO DOIS
A reportagem do O Liberal tentou falar com o próprio dirigente, mas não foi atendido. Quem aceitou conversar foi o presidente do clube, Ricardo Gluck Paul, que explicou o contexto dos áudios e em que sentido que o desabafo e a crítica ao colega de clube ocorreram. Confira abaixo:
O CONTEXTO
"Esse áudio foi no auge da montagem do elenco, na segunda quinzena de dezembro, quando tivemos uma baixa de dois a quatro atletas que negociaram, mas não vieram por questões financeiras. Na verdade, eles tiveram notícias sobre as dificuldades financeiras do clube, que foram até agravadas pela questão da Copa Verde, com a obrigação de fazer o aditivo com jogadores para a final e tudo mais (como a perda do título).
Naturalmente, alguns atletas que estávamos tentando não vieram, como o Didira, que preferiu ir para o Santa Cruz. Isso nos deixou muito chateados, muito perturbados, porque estávamos colocando que a situação iria se contornar, como se contornou. Mas isso (dificuldades financeiras) atrapalhou algumas negociações, sim. Não tem como esconder.
É um áudio de quem está se preocupando com o clube de forma honesta. Ele está desabafando com negociador e essa questão do Didira nos deixou abalados, porque estava dada como certa a vinda dele e ele não veio."
O ARGENTINO QUIROGA
No áudio, também é citado por Felipe o interesse do Paysandu em tratar com o argentino Quiroga, que joga em Buenos Aires (ARG). É o momento em que ele fala: "Belém é uma cidade suja, tem o calor, uma culinária muito específica...". Sobre isto, o presidente do Papão declarou:
"Com relação a Belém, esporro do Hélio (dos Anjos) e tudo mais, isso fica muito claro que ele está se colocando no lugar do atleta. Ele não está dizendo que ele acha isso e tem que ter cuidado com o contexto das coisas. Nós iríamos trazer um uruguaio e dois argentinos. Não que iríamos trazer os três, mas chegamos a negociar com alguns, e eles falaram isso. Eu tive que ouvir o empresário deles dizendo que fulano não vinha porque teve a informação que Belém é uma cidade suja, que não tem esgoto...
Depois da terceira negociação, isso foi nos desgastando. No áudio do Felipe, mostra que negociar com mais um jogador argentino (Quiroga) seria mais um desgaste, porque parece que queremos mais do que eles (jogadores) e eles (jogadores) ficam botando tudo que é defeito. Ah, porque é o calor, porque ninguém fala espanhol... Fica muito claro que ele se coloca no lugar do atleta. Não vejo nada demais. Vejo um tom de desabafo de quem está precoupado em formar um elenco campeão e alinhado com quem sofre e se chateia com as negociações".
'BURRO IGUAL A UMA PORTA'
Ainda enquanto vislumbra a chegada de um jogador espanhol, Felipe Albuquerque ataca um supervisor de futebol do clube com a seguinte classificação: "Aí, o jogador chega ao aeroporto e vai o meu supervisor que é uma anta, burro igual a uma porta' para receber o cara...". Gluck Paul ponderou:
"Não sei a qual supervisor ele está se referindo, até porque neste período o Paysandu estava de férias. Provavelmente, seria alguém que estivesse disponível no clube para buscar o jogador no aeroporto. Pode ser que ele esteja se referindo ao fato de a pessoa não saber falar espanhol. Já tivemos uma experiência com o inglês (Ryan William), que ninguém sabia falar inglês. O jogador não sabia chegar ao quarto dele... Eu preciso ouvir dele (Felipe Albuquerque) para saber de quem ele estava falando, mas é um assunto que não vou valorizar."
No site do Paysandu, o cargo de supervisor de futebol é de Anderson Muniz, que é um funcionário há mais de dez anos no clube. Ricardo, porém, enfatizou: "O Paysandu tem mais de um supervisor".
CONCLUSÃO
Diante de todo panorama, o mandatário do Papão arrematou: "Vocês estão tendo acesso aos bastidores de uma montagem de elenco, que não se constuma levar ao conhecimento público, até porque a opinião pública pode ficar conjecturando coisas que não têm muita força. Essas situações acontecem todos os dias. Há quem venha colocando banca, há quem não venha... Há quem chegue cheio de condições, há que não chegue... Há quem prefira jogar em uma outra praça, porque morar numa cidade praiana... Enfim, não vejo o Felipe denegrindo nem a imagem do Paysandu e nem a da cidade. Eu acho muito lamentável que um áudio desse vaze, porque dá direito às pessoas que o interpretem do jeito que quiserem, por estar fora de contexto"
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