Campeão dos Campeões, Vandick relembra auge no Paysandu e explica decisão de aposentadoria
Ex-jogador também falou sobre o carinho com a menina Géssica, torcedora do Paysandu, que lutava contra um câncer e foi uma espécie de "talismã" daquela campanha.
O que faz um atleta se aposentar ainda no auge da carreira? Lesões e problemas pessoas costumam ser os motivos mais frequentes. No entanto, o que fez com que o ex-atacante Vandick, ídolo do Paysandu, pendurasse as chuteiras foi a tristeza. Artilheiro da equipe na conquista mais importante da história do clube - a Copa dos Campeões, que completa 20 anos em 2022 - o ex-jogador disse que a derrota na Copa Libertadores de 2003 foi um fator determinante na aposentadoria. A épica partida contra o Boca Júniors-ARG, em Belém, foi a última da carreira do jogador, que antes disso teve uma trajetória bem sucedida no Papão, com várias lembranças, títulos e atuações memoráveis.
Em conversa com a reportagem de O Liberal, Vandick falou sobre a "era de ouro" do Paysandu, vivida entre 2001 e 2003. O ex-atleta deu detalhes da conquista histórica da Copa dos Campeões, e relembrou o carinho com a menina Géssica, torcedora do Paysandu, que lutava contra um câncer e foi uma espécie de "talismã" daquela campanha. No final da entrevista, Vandick revelou o real motivo da sua aposentadoria. Confira:
O Liberal: A Copa dos Campeões veio para coroar a reta final da sua carreira. No torneio você ainda esteve muito próximo da artilharia, ficando um gol atrás do Fábio Júnior, do Cruzeiro. Ser o maior goleador do torneio era seu objetivo desde o início?
Vandick Lima: Durante o torneio eu nem pensei na artilharia. Os gols foram saindo naturalmente. Meu grande objetivo era apenas ser campeão e, graças a Deus, conseguimos.
OL: No dia 20 de julho, quando o Paysandu fez uma homenagem aos jogadores campeões dos campeões, você pode marcar o primeiro gol do jogo festivo. Como você se sentiu vendo a Curuzu lotada festejando você balançando as redes?
VL: A reação da torcida na hora do meu gol foi sensacional. Inclusive, o Sandro [Goiano] disse que a torcida explodiu de alegria naquele momento, porque eles queriam muito que fizesse um gol naquele jogo. Foi sensacional.
OL: A partir da sua aposentadoria, você teve uma vida atrelada ao Paysandu durante muitos anos, tanto que chegou até a ser presidente do clube. Você acredita que o título da Copa dos Campeões foi determinante para que você pudesse trabalhar no Papão anos depois?
VL: A Copa dos Campeões me deu muito prestígio com a nossa torcida. Tenho certeza que isso tudo me ajudou a trabalhar e ser presidente no clube.
OL: Um fato interessante relacionado à campanha na Copa dos Campeões é o episódio com a menina Géssica, que foi "apadrinhada" por você. A garota, inclusive, chegou a entrar em campo com você em algumas partidas. De onde surgiu aquele apoio? Você ainda tem contato com a família da jovem?
VL: A Géssica era como se fosse uma filha pra mim. Quando ela partiu senti o que um pai sente quando perde um filho. Nós nos conhecemos em uma das ações do Paysandu na AVAO (Associação Voluntária de Apoio à Oncologia) e foi amor à primeira vista; Ainda hoje mantenho contato com a família dela, mas a saudade que sinto será eterna.
OL: No ano seguinte à conquista da Copa dos Campeões você fez parte do elenco que disputou a Copa Libertadores, mas logo depois decidiu se aposentar. Porque houve a decisão de parar ainda no auge?
VL: Meu último jogo como profissional foi contra o Boca Juniors. Após a derrota, vi muitos torcedores voltando do Mangueirão a pé, porque na época tinha uma greve de ônibus em Belém. Naquele momento eu me senti um dos responsáveis pela tristeza do nosso torcedor. Mais tarde, naquele mesmo dia, analisei tudo isso e acabei decidindo parar.
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