Qualidade da água do Sena melhora, mas alta vazão do rio força Paris 2024 a se adaptar
Prefeitura de Paris ainda trabalha na melhora da qualidade da água do Rio Sena, a menos de um mês para o início das Olimpíadas de Paris
A pouco menos de um mês para os Jogos Olímpicos, o rio Sena registrou pela primeira vez indicadores aptos para banho por vários dias seguidos no final de junho, mas sua alta vazão fará com que os organizadores do evento tenham que se adaptar para a cerimônia de abertura e as provas de triatlo e maratona aquática.
Os bons resultados sobre a qualidade da água, motivados sobretudo pelo tempo ensolarado no início do verão francês, foram obtidos apesar de uma vazão "de quatro a seis vezes" superior ao "fluxo habitual de verão", segundo a Prefeitura de Paris e a administração regional em seu boletim semanal.
VEJA MAIS
Apesar disso, "a qualidade da água do Sena melhorou" para estar "de acordo com os limites definidos pela administração europeia durante seis dias" em "quase todos os quatro pontos" onde foram realizadas as análises, celebraram.
Sol e calor
As instâncias atribuíram a melhoria ao "retorno do tempo ensolarado e do calor", mas também às "obras realizadas no âmbito do Plano de Melhoria da Qualidade da Água do Sena", que administram desde 2016.
As análises da semana de 24 de junho a 2 de julho mostram concentrações da bactéria fecal Escherichia coli abaixo dos limites estabelecidos nos dias 26, 28, 29 de junho e 2 de julho em todos os quatro pontos coletados.
Em 27 de junho e 1º de julho, apenas um deles apresentou concentração acima do limite de 1.000 unidades formadoras de colônias por 100 ml, limite determinado pelas federações esportivas internacionais para autorizar as provas olímpicas.
A concentração de enterococos, outra bactéria fecal analisada para permitir ou não eventos esportivos e banhos, ficou abaixo dos limites regulatórios nos mesmos seis dias.
A data decisiva para os organizadores olímpicos se aproxima: após a cerimônia de abertura no dia 26 de julho no rio, o Sena deve sediar as provas de triatlo (30 e 31 de julho, 5 de agosto), maratona aquática (8 e 9 de agosto) e o paratriatlo (1º e 2 de setembro).
Em caso de chuvas fortes antes da competição, que elevem os indicadores, o 'plano B' dos organizadores é adiar por alguns dias as provas afetadas, mas sem mudar o local.
Nas últimas semanas, os organizadores passaram a se preocupar também com a vazão do rio, cerca de 500 m3 por segundo na semana passada, quase cinco vezes superior ao normal para esta época do ano.
Correndo contra o tempo
Até o momento, as autoridades se mostram confiantes, visto que a altura atual do rio é de 1,7 m, e as inundações das margens começam a partir dos 3,5 m.
Os atuais níveis das águas não impedem a navegação, mas provocaram, por exemplo, o adiamento do ensaio para a cerimônia de abertura, marcado para o dia 24 de junho.
Quanto maior a vazão, maior a velocidade alcançada pelos barcos, logo, ensaiar um espetáculo milimetricamente calculado "com 15 minutos a menos não vale a pena", afirmou a prefeitura da região" de Paris, que considera que um fluxo "entre 300 e 500 m3/s não é um grande problema, embora obrigue uma adaptação, retirando os barcos mais altos do desfile.
Nos próximos dias, as previsões meteorológicas não são muito otimistas, com risco de tempestades.
Um grande aliado pode estar localizado 20 quilômetros a leste da capital, com quatro lagos artificiais que servem para regular o fluxo do rio, embora durante o inverno estes reservatórios já estivessem bastante cheios diante da possibilidade de um verão muito seco.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA