Paris 2024: Papa Francisco pede pelo cumprimento da ‘trégua olímpica’; entenda
Na semana de abertura das Olimpíadas de Paris, o Papa Francisco pediu pela trégua em guerras e pela paz no mundo
No último domingo (21/7), após a oração semanal do Angelus, o Papa Francisco pediu pelo cumprimento da “trégua olímpica” e afirmou que os Jogos Olímpicos de Paris poderão servir para que os atletas se tornem “mensageiros da paz”.
“O esporte tem uma grande força social, é capaz de unir pessoas de diferentes culturas de forma pacífica”, iniciou o pontífice.
“Espero que este evento possa ser um sinal do mundo inclusivo que queremos construir e que os atletas, com o seu testemunho desportivo, possam ser mensageiros de paz e exemplos reais para os jovens em particular. Na tradição antiga, os Jogos Olímpicos são uma oportunidade para estabelecer uma trégua nas guerras, para demonstrar um desejo sincero de paz”, completou.
Na última semana, o Papa, de 87 anos, já havia enviado uma mensagem ao arcebispo de Paris, Laurent Ulrich, afirmando desejar que a França viva bons momentos durante as competições esportivas, já que o país está polarizado por conta da política.
“Expresso o desejo de que a organização destes Jogos seja para todo o povo da França uma bela ocasião de harmonia fraterna, que permitirá, além das diferenças e oposições, reforçar a unidade da nação”, disse na mensagem.
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Entenda a trégua olímpica
A trégua olímpica existe desde os primórdios da competição, ainda na antiguidade, com registros de ter sido estabelecida na Grécia no século IX a.C, para que atletas e espectadores de países e províncias que viviam em guerra, pudessem participar dos jogos com segurança.
Em 1990, o Comitê Olímpico Internacional (COI) trouxe de volta a trégua olímpica. No entanto, desde então, a trégua é uma ideia do que uma medida concreta que suspende conflitos, tendo se tornado um ideal enfraquecido.
Em 2023, a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, definiu que a trégua olímpica para Paris 2024 entraria em vigor alguns dias antes do evento. Mas, sem consenso dos países, uma votação foi organizada, e 118 países votaram a favor da trégua, enquanto dois votaram contra: Rússia e Síria.
Nas Olimpíadas de Paris, a Guerra da Ucrânia deve marcar o contexto da trégua. De um lado, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, denunciou a violação dos princípios da Carta Olímpica, já que atletas russos e bielorrussos deverão competir em Paris com uma bandeira neutra, enquanto o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, rejeitou uma ideia de trégua.
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