Olimpíadas 2024: Medina vence João Chianca e garante vaga nas semifinais do surfe
Agora, o surfista brasileiro encara o australiano Jack Robinson, em disputas previstas para este sábado (3)
Em duelo de brasileiros no Taiti, Gabriel Medina levou a melhor sobre João Chianca, o Chumbinho, e está nas semifinais do surf nas Olimpíadas de Paris 2024. O adversário do paulista de 30 anos será o australiano Jack Robinson, que eliminou o compatriota Ethan Ewing por 15,33 a 13,00. A expectativa é de que as semifinais e a final sejam realizadas no próximo sábado (03/8).
"É minha onda favorita. Fico feliz só de entrar na água aqui. Fico feliz de estar na semifinal. Hoje foi um dia difícil, o mar não está fácil. É mais um dia de sobrevivência. E esse dia foi hoje", disse Medina, que afirmou não gostar de duelos nacionais. "Não gosto de competir contra brasileiro, mas tem tantos hoje em dia, que uma hora vamos ter que nos encontrar."
Favorito na disputa, o tricampeão mundial liderou a bateria desde o início e venceu por 14,77 a 9,33. Em dia de ondas baixas, Medina fez valer a sua experiência em Teahupo'o para saber escolher as melhores e faturar a disputa.
Esta foi apenas a quarta disputa entre os brasileiros. Eles já se enfrentaram duas vezes pelo Circuito Mundial, em El Salvador e Margaret River, em 2024 e 2023, respectivamente, e outra em uma etapa classificatória em Saquarema, no Rio de Janeiro, em 2022. Em todas as oportunidades, Medina levou a melhor sobre o compatriota.
A condição do mar nesta quinta-feira não era a ideal, com ondas baixas. Gabriel Medina começou a bateria conseguindo pegar alguns dos poucos tubos que se apresentaram. O paulista abriu a disputa com um 6,67 e disparou ao conseguir um 8,10, a melhor nota do dia, após acertar um ótimo tubo. A partir daí, passou a administrar a bateria, selecionando com maior cuidado qual onda surfar.
"Hoje lidamos com o vento, com o tamanho (da onda), que diminuiu bastante. Mas para o sábado a previsão está bem boa e acredito que vai dar uma melhorada", afirmou Medina.
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Chumbinho, que se classificou depois de eliminar o marroquino Ramzi Boukhiam em disputa apertada, se viu em uma condição difícil diante do tricampeão. Depois de tirar um 2,33 e um 4,83, o surfista fluminense precisava alcançar um 9,93, nota acima do 9,90 de Medina nas oitavas, a melhor da história dos Jogos Olímpicos. Como o mar não apresentava ondas adequadas para boas acrobacias, conseguiu 4,53 em sua segunda melhor onda.
Medina chegou na polinésia francesa como um dos favoritos ao ouro e avançou às quartas depois de levar a melhor na revanche com o japonês Kanoa Igarashi, responsável por eliminá-lo na semi dos Jogos de Tóquio. O paulista disputou seis finais no Taiti, com dois títulos da etapa do Circuito Mundial, em 2014 e 2018.
Antes da disputa, a Associação Internacional de Surfe (ISA, na sigla em inglês) anunciou a suspensão do juiz Benjamin Lowe, da Austrália, depois que uma foto onde ele aparece abraçando um dos candidatos ao título no Taiti circular nas redes sociais. Após as oitavas, a posição das chaves definiu que os surfistas brasileiros enfrentariam australianos na semifinal.
Do outro lado da chave, o peruano Alonso Correa levou a melhor sobre Reo Inaba, do Japão, em disputa apertadíssima, vencendo a bateria com um resultado de 10,50 a 10,16. O sul-americano vai ter pela frente na semifinal o francês Kauli Vaast, que superou o compatriota Joan Duru por 15,33 a 12,33.